Um estudo do Distrito Dataminer, realizado em parceria com a KPMG, traz um mapeamento detalhado sobre o cenário no Brasil das retailtechs, as startups que atuam na transformação digital do varejo. Conforme o levantamento, existem hoje no país 644 empresas consideradas capazes de alterar todo o processo de venda de um produto ou serviço. A maioria (84,4%) nasceu ao longo da última década e está concentrada nas regiões Sudeste (65,2%) e Sul (24,2%), sendo São Paulo (45,8%) o principal polo.
A expectativa é que as retailtechs, que têm em média seis anos de vida e empregam 36 mil pessoas, ganhem cada vez mais relevância se considerarmos o viés de alta registrado nos negócios digitais ao longo deste ano. O comércio eletrônico cresceu 209% em abril, 28% em junho e 19% em julho na comparação com os mesmos meses de 2019. Os resultados ajudaram a minimizar as perdas do varejo em meio a quadro de incertezas por conta do novo coronavírus e indicam um processo de mudança no comportamento dos consumidores.
“Com o crescimento do e-commerce, a modernização dos pontos de venda e a oferta de experiências personalizadas aos clientes, o varejo tradicional vem sendo completamente remodelado e as retailtechs, que ocupam a segunda colocação em número de startups (só perdem para as fintechs), são peças centrais neste processo”, observa Tiago Ávila, líder do Distrito Dataminer, braço do Distrito responsável pela elaboração de estudos do universo de startups. “De olho neste mercado, muitas corporações já estão em busca de soluções para se manterem competitivas através de inovação aberta, hubs e outras iniciativas”, complementa.
Segundo o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e América do Sul, Fernando Gambôa, as retailtechs têm papel fundamental no atual momento pelo qual o varejo passa e se torna um parceiro ideal para o comércio no processo de transformação digital. “O varejo passa por um momento de profundas transformações onde soluções tradicionais já não são suficientes. O setor demanda soluções inovadoras e modernas, e este é o campo ideal para o crescimento das retailtechs, criando alternativas tecnológicas para o varejo. Além disso, a estrutura das startups mais ágil e direta, é ideal para que os negócios no setor possam se desenvolverem ainda mais”, complementa.
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