Grandes empresas podem, por meio da parceria com startups, capturar o que existe de mais inovador no mercado, além de exponencializar receitas e fonte de lucros. Esse é o motivo pelo qual companhias como o Magazine Luiza investem nas menores, destaca o consultor e palestrante César Souza, autor do livro “O jeito de ser Magalu” (Editora Rocco), que acaba de chegar ao mercado. Souza também é cofundador e presidente do Grupo Empreenda.
O Magalu foi a empresa que mais investiu em startups na América Latina, de acordo com um relatório da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados em inovação. Além do Magalu, a argentina Mercado Livre, ao lado de outras sete companhias brasileiras, como B2W (Americanas), Locaweb e Méliuz, também estão na lista das empresas que mais adquiriram startups.
“Estratégias de inovação aberta, de Corporate Venture Capital (CVC), são as que mais crescem no mundo dos negócios. Ao absorver startups, as empresas absorvem inovação. Empresas tradicionais acabam desaparecendo ao longo do tempo por falta dessas ideias, por isso a importância da iniciativa”, explica.
Segundo o consultor, principalmente as grandes redes de varejo não vão conseguir crescer no cenário atual sem investir em startups. “A escolha pelo Corporate Venture já trouxe impacto considerável há pelo menos dois anos para quem utiliza essa estratégia. E vai impactar ainda mais”, diz Souza.
Lucros extraordinários
Souza afirma que investir em startups tem gerado lucros extraordinários para aqueles que, assim como o Magalu, estão se antecipando e chegando nas startups mais promissoras do mercado antes que elas sejam listadas na bolsa de valores. Com 25 empresas adquiridas e resultados altamente lucrativos, o Magalu sai na frente ao utilizar a estratégia de Corporate Venture aliada ao plano de criar um “superapp”, isto é, um aplicativo que concentra serviços de diversos setores.
Uma das últimas compras anunciada pelo Magalu foi a maior de sua história: o site de games e tecnologia Kabum!, por R$ 1 bilhão em recursos financeiros mais outros valores em transferência de ações do Magazine Luiza.
Para Souza, a inovação não vai ocorrer mais dentro das empresas. Criar um departamento interno de inovação acaba não funcionando justamente porque envolve metas, orçamentos e competições. A solução, segundo ele, vem de fora, criando “Innovation Hubs” , que não ficam sufocadas dentro das grandes empresas.
“Vários ícones do mundo empresarial brasileiro tombaram sob o peso das mesmas estratégias que as levaram ao sucesso. Não souberam se reinventar. Em diversas situações, os líderes empresariais viram as mudanças chegando e responderam rapidamente – ao contrário do que diz o senso comum. O problema é que as respostas apenas reforçaram o que deu certo no passado, repetindo velhas fórmulas de sucesso que já não servem mais”, revela o autor do livro “O jeito de ser Magalu”.
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