As análises de risco e testes de estresses demonstraram a resiliência da base de capital do sistema bancário nacional e mesmo com a crise desencadeada pela Americanas no início de 2023, os impactos na solvência do sistema foram irrelevantes, apontou o Banco Central no Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta quarta-feira, 10.
“Os resultados das simulações com cenários macroeconômicos adversos permanecem indicando que não haveria desenquadramentos relevantes. As análises de sensibilidade também indicam boa resistência aos fatores de risco, simulados isoladamente. Em decorrência do caso Americanas, efetuou-se teste de estresse específico considerando eventual default dessa empresa e da rede de fornecedores que dela dependem de forma relevante. O resultado desse teste demonstra impacto irrelevante na solvência do sistema bancário”, diz o relatório.
Teste mostra liquidez
O teste de estresse de liquidez mostra que o sistema tem ativos líquidos suficientes para absorver potenciais perdas em alguns cenários, e inclui análise dos riscos de concentração, de corrida bancária e de perda de valor de mercado. Já o resultado dos choques nos parâmetros de mercado mostrou a capacidade dos bancos de suportar, em curto prazo, eventuais saídas de caixa para honrar margens e garantias, além de potenciais desvalorizações em ativos líquidos.
“Os bancos que possuem títulos classificados como mantidos até o vencimento (MAV) têm condições de liquidez e de capital para carregar essas posições, sem a necessidade de se desfazerem antecipadamente desses ativos, mesmo em cenários de estresse de saída de recursos”, aponta o REF.
O BC também apontou que as infraestruturas do mercado financeiro (IMFs) funcionaram de forma eficiente e segura ao longo do primeiro semestre de 2022 e que o sistema financeiro manteve liquidez intradia suficiente para garantir a fluidez no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
A autoridade monetária lembra que a partir de maio de 2023 entra em vigor nova regra, que determina que as IMFs que integram o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) não operadas pelo BC precisam incorporar os Princípios para Infraestruturas do Mercado Financeiro, “com grau de detalhamento existente em outras jurisdições, considerado em avaliações internacionais”.
Com informações de Estadão Conteúdo (Fernanda Trisotto e Thaís Barcellos)
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