O e-commerce de móveis Mobly inaugurou sua primeira loja física. Sob um investimento de R$ 6,5 milhões e localizada na Zona Sul da capital paulista, a unidade faz parte da estratégia omnichannel que a empresa, assim como outros grandes varejistas, vem adotando. O objetivo é trazer mais conveniência e proximidade para o consumidor por meio da integração de diferentes canais de vendas.
Para Victor Noda, fundador e CEO da companhia, o negócio continuará tendo o e-commerce como foco. No entanto, no segmento de móveis, o cliente continua valorizando a possibilidade de testar os produtos, conferir a durabilidade e o conforto pessoalmente. Por esta razão, as vendas presenciais de moveis em lojas físicas ainda predominam, com 95%. O setor de eletrônicos, por exemplo, apresenta um cenário diferente, com 70% das vendas sendo realizadas em lojas físicas.
Com a abertura da loja, a empresa espera melhorar sua presença, já que 7% das ligações para o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) são sobre endereços de lojas físicas. Outro plano da empresa é consolidar o seu nome no segmento, já que, apesar das boas vendas, a marca ainda é pouco reconhecida, abaixo de 10% no mercado.
Para aumentar o reconhecimento e levar os clientes para a loja, a Mobly investiu na experiência de compra com tecnologia. A projeção é que o espaço receba entre 10 mil e 15 mil pessoas por mês, tendo um tíquete médio de R$ 1 mil. Em um primeiro momento, o cliente comprará o que estiver disponível na loja, mas o plano é que em novas lojas haja a possibilidade de comprar no site e retirar na loja física, seja com o consumidor sozinho ou com a ajuda de vendedores. Por outro lado, a abertura de novas lojas não deve acontecer este ano e a empresa ainda analisa possíveis mercados, como Belo Horizonte e Brasília, onde a atuação virtual é muito forte.
A Mobly analisa a possibilidade de firmar parceria com outros varejistas para comercializar em seus pontos de venda e testar um modelo de quiosque dotado de realidade aumentada para demonstrar os produtos e fazer a venda. Ainda não nada confirmado neste sentido.
A plataforma de móveis teve faturamento de R$ 300 milhões em 2018, um crescimento de 50% em relação a 2017. A expectativa de Noda é ter a mesma alta este ano.
Em 2018, a empresa conseguiu 800 milhões de euros com a abertura de seu capital na bolsa de Frankfurt, realizada após a fusão com a plataforma alemã de venda de móveis online Home24, que atua com força na Europa.
Alexandre Machado, sócio-diretor da GS&Consult, afirma que a empresa está seguindo a macro tendência de consumo e ambiente de negócios do DNVB (Digitally Native Vertical Brand). “Esse movimento caracteriza empresas nascidas na era digital, com foco digital, para clientes digitais. Sem intermediários, sem canais de distribuição, falando e vendendo diretamente para o cliente final. Essas marcas prometem ser o futuro do varejo. A abertura de uma loja física consolida uma boa estratégia de canais”, explicou o executivo.
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