Economia compartilhada: 40% dos brasileiros já trocaram hotel por residência de terceiros

Hotel bell - vintage filter

Pesquisa mostra que 79% dos consumidores acreditam que a economia compartilhada torna a vida mais fácil. Poupar dinheiro é a principal vantagem, mas falta de confiança nas pessoas é barreira para 47%

Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do país revela que as modalidades de consumo colaborativo mais conhecidas e utilizadas pelos brasileiros são:

Outras formas de economia compartilhada as quais os consumidores já recorreram são:

De acordo com a pesquisa, 79% dos brasileiros concordam que o consumo colaborativo torna a vida mais fácil e funcional e 68% se imaginam participando de práticas nesse sentido em no máximo daqui a dois anos.

O levantamento também aponta que, para determinadas categorias de produtos, os brasileiros acreditam que vale mais a pena alugar em vez de adquirir um novo:

Nos últimos 12 meses, 24% dos consumidores venderam alguma peça do próprio guarda-roupa e 22% repassaram seu celular para terceiros mediante uma venda.

Quando indagados sobre as principais vantagens do consumo colaborativo, a economia de dinheiro aparece em primeiro lugar: opinião de 47% dos consumidores. Em seguida, aparecem opções como:

As formas mais mencionadas para conhecer as práticas de compartilhamento são os sites – principalmente no caso do financiamento coletivo (43%), aluguel de itens esportivos (43%), aluguel de brinquedos (41%) e do aluguel de eletrônicos que não estão em uso (40%).

Já a recomendação de amigos ou conhecidos é mais comum para quem usufrui de caronas (47%), recorre à aluguel de casas e apartamentos direto com o proprietário para temporadas (44%) ou ao aluguel de roupas (44%).

Consumo colaborativo desperta interesse

As práticas de consumo colaborativo que os brasileiros nunca fizeram, mas já ouviram falar e se mostram mais propensos a aderir são o aluguel de bicicletas comunitárias, geralmente em pontos espalhados pela cidade, e o compartilhamento do ambiente de trabalho, conhecido como co-working – ambos com 36% de menções. Outras ações que despertam interesse dos consumidores são o aluguel de itens esportivos (33%), de quartos para terceiros, como viajantes (32%) e de brinquedos (31%).

Já as práticas menos utilizadas e às quais os entrevistados igualmente estariam menos propensos a realizar dizem respeito à hospedagem de animais de estimação em sua própria residência (41%), o cohousing – quando pessoas alugam uma casa e dividem as despesas vivendo num estilo comunitário (37%) e o aluguel de utensílios e móveis da casa (36%).

Barreiras

O crescimento do consumo colaborativo no Brasil, contudo, ainda enfrenta barreiras pela falta de confiança entre as pessoas, sugere os resultados da pesquisa:

No geral, 71% dos consumidores pensam que ações de economia compartilhada podem enfrentar problemas no Brasil pelo fato de as pessoas não serem confiáveis.

A pesquisa descobriu que o receio de lidar com estranhos desponta como o maior receio dos consumidores, principalmente, no caso do aluguel de quartos para outras pessoas (47%), compartilhamento do local de moradia – cohousing (41%), caronas para locais como o trabalho, faculdade ou em viagens (38%), financiamentos coletivos – crowdfunding (28%) e no compartilhamento do espaço e os itens de escritório – coworking (28%).

Foram entrevistados 607 consumidores nas 26 capitais mais Distrito Federal com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 4,0 pp com margem de confiança de 95%.

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