Lei sobre chips nos EUA distorce cadeias e perturba comércio, diz China

De acordo com o porta-voz, as chamadas "medidas de proteção" americanas têm um forte tom geopolítico

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A aplicação dos investimentos garantidos pela lei de incentivo de US$ 52 bilhões para chips e semicondutores nos Estados Unidos “distorceria as cadeias globais de fornecimento de semicondutores e perturbaria o comércio internacional”, disse porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China nesta quarta-feira, 10. “A China é firmemente contra isso”, afirmou, de acordo com transcrição de coletiva à imprensa.

De acordo com o porta-voz, as chamadas “medidas de proteção” americanas têm um forte tom geopolítico e constituem mais um exemplo da prática de “coerção econômica” dos EUA.

Ele frisou que os EUA precisam investir em suas próprias empresas com abordagem em linha com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), “consistente com o princípio de abertura, transparência e não discriminação, e boa para manter a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de fornecimento globais”.

Governo Americano

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, publicou comunicado no final do mês de julho no qual celebra a aprovação pela Câmara dos Representantes, nesta quinta-feira, da Lei de Microchips e Ciência. Segundo ele, isso reduzirá custos, criará mais empregos bem pagos e “fortalecerá nossa segurança nacional”.

Biden diz que a nova lei reduzirá custos de produtos do dia a dia, além de fortalecer a liderança de empresas americanas no setor. O presidente argumenta que com isso os EUA estarão menos dependentes de fornecedores estrangeiros de semicondutores. E conclui dizendo que deseja assinar logo o projeto para torná-lo lei.

Dias antes da publicação do comunicado oficial, o presidente realizou um evento virtual com a presença de executivos-chefes de empresas, como a Lockheed Martin, para pressionar o Congresso a aprovar legislação para apoiar a construção de chips no próprio país. Biden enfatizou a importância dessa estratégia, por questões de segurança nacional, e vários dos executivos presentes mencionaram que a China atua para continuar a avançar nessa frente.

Com informações de Estadão Conteúdo (Ilana Cardial e Gabriel Bueno da Costa)

Imagem: Shutterstock

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