O faturamento do varejo em agosto caiu 0,2%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2023, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista e embutem a inflação, houve alta de 4,7%.
O macrossetor de Serviços recuou 3,5%, com a maior variação negativa observada no Turismo e Transporte. Bens Duráveis e Semiduráveis caíram 0,5%, influenciados, principalmente, pela queda de Materiais para Construção. Por outro lado, o macrossetor de Bens Não Duráveis foi o único com crescimento (1%), puxado pelo segmento de Supermercados e Hipermercados.
O resultado do varejo só não foi pior por causa das comemorações do Dia dos Pais.
“Segmentos presenteáveis, como varejo alimentício especializado e móveis, eletro e departamento apresentaram alta no mês e é possível inferir que o resultado esteja relacionado com a data”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo. “Já o setor de Supermercados e Hipermercados, favorecido pela deflação observada pelo segundo mês consecutivo, também amenizou a queda do varejo. Como o desempenho desse segmento foi acima de Bares e Restaurantes, é possível supor que as famílias preferiram comemorar o Dia dos Pais em casa”, diz Alves.
E-commerce e vendas presenciais no Brasil
Em termos nominais, ou seja, que refletem a receita observada pelo varejista, o e-commerce cresceu 6,5% em agosto no País. Já as vendas presenciais cresceram 4,2% em relação ao mesmo mês de 2023.
Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia do IPCA divulgado pelo IBGE, registrou alta de 0,19% para o mês de agosto. Segundo o instituto, o principal impacto da alta veio do setor de Transportes e do reajuste de preços de combustíveis.
Ao ponderar o IPCA e o IPCA-15 pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em agosto foi de 4,9%.
Regiões
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a agosto de 2023 foram: Norte (-3%), Centro-Oeste (-3,5%), Nordeste (-2,8%), Sudeste (-1,8%) e Sul (1,6%).
Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, e com ajuste de calendário, os resultados foram: Sul (5,1%), Sudeste (4,4%), Norte (1,8%), Centro-Oeste (1,4%) e Nordeste (1%).
Sobre o ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por cerca de 780 mil varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Business Analytics da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do País a partir de informações reais.
Como é calculado
A unidade de Business Analytics da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo. Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
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