Apenas 8% das organizações brasileiras conseguiram atingir ou superar as metas estabelecidas para seus programas de transformação, segundo um estudo realizado pela Bain & Company. O levantamento, conduzido com quase 500 executivos de diversos países, aponta que mais da metade dos entrevistados no País afirma ter conduzido três ou mais grandes esforços de transformação nos últimos cinco anos.
Ao comparar os resultados do Brasil com a amostra global, o desempenho das organizações locais permanece inferior à média global. No entanto, há um contraponto positivo: embora apenas 8% das organizações brasileiras atinjam ou superem suas metas de transformação, em comparação com 12% em escala global, as empresas no País apresentam uma melhor capacidade de sustentar os resultados alcançados.
No que se refere à manutenção de resultados de uma transformação, a média global é de 39%, enquanto a maioria das organizações brasileiras consegue manter completamente os ganhos alcançados, com 66% relatando sucesso nessa área. Entre as organizações que não conseguem sustentar os resultados, 84% atribuíram essa falha a fatores internos, como resistência à mudança e falta de apoio de stakeholders.
A análise das empresas nacionais, que contou com respostas de mais de 50 profissionais C-level, revela também que 78% dos entrevistados relataram ter aceitado uma diluição de valor, com resultados medianos, enquanto 14% enfrentaram o fracasso na entrega, atingindo menos de 50% dos objetivos esperados.
A importância atribuída a uma “intenção convincente” na gestão dos riscos é um diferencial destacado pelos líderes brasileiros. Segundo a pesquisa da Bain, a criação de uma narrativa clara e emocionalmente envolvente foi fundamental para engajar as equipes nas iniciativas de mudança, algo que não é tão evidente na amostra global.
Os executivos brasileiros também se destacam pela adoção de uma abordagem disciplinada, incentivando as equipes a pensarem de forma mais ampla, testar, escalar e entregar mais valor.
A Bain também destaca que as companhias com maiores taxas de sucesso nas transformações contam com executivos de alto desempenho, com um melhor entendimento das necessidades dos projetos, capazes de alocar recursos adequados para funções críticas e tomar decisões baseadas em dados. No entanto, todas as companhias relataram dificuldades em transferir funções para a próxima geração de talentos, na tentativa de não sobrecarregar seus líderes principais.
Imagem: Shutterstock