99 e Latam anunciam aumento nos preços pela alta dos combustíveis

A empresa também decidiu diminuir as taxas cobradas dos motoristas em determinados períodos do dia para auxiliá-los nesse momento

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A 99 decidiu reajustar o preço de suas corridas em 5% para diminuir o impacto do aumento do custo dos combustíveis para os seus motoristas parceiros. Segundo a companhia, esse porcentual será o suficiente para anular o crescimento dos gastos com gasolina dos parceiros que utilizam a plataforma da 99.

A empresa também decidiu diminuir as taxas cobradas dos motoristas em determinados períodos do dia para auxiliá-los nesse momento. Segundo a 99, ela está ampliando o seu pacote “Mais Ganhos”, o qual permite com que os condutores tenham 100% do valor em corridas em determinados horários e em cidades específicas.

De acordo com Thiago Hipólito, diretor sênior de operações da 99, mesmo com o aumento dos custos, o número de motoristas ativos continua estável em 750 mil. A demanda pela utilização, contudo, cresceu.

“A plataforma registrou um aumento de demanda acentuado pela flexibilização das regras de isolamento social”, afirma.

Hipólito também afirma que novos aumentos não estão no radar, mas que a companhia está testando novas formas para custear um subsídio para os motoristas. Sem dar detalhes, Hipólito diz que a intenção é “dar mais proteção aos nossos motoristas parceiros contra as oscilações nos preços dos combustíveis.”

Em outubro, a 99 fez um reajuste também de olho no aumento do preço dos combustíveis. A companhia, no entanto, criou um modelo que ampliou os pagamentos de 10% a 25% aos motoristas, mas sem aumentar tanto para os consumidores. A empresa não detalhou o modelo.

Companhias aéreas

A Latam Brasil informou por meio de nota que permanece atenta à evolução da guerra na Ucrânia, que impacta diretamente o preço do petróleo e também a previsibilidade para realizar ajustes em seus voos, se necessário.

“É inegável o impacto nos custos das companhias aéreas em função da alta do preço do QAV”, diz a companhia. Diante do novo cenário de “crise sem precedentes e previsibilidade”, a aérea afirma que isso levará ao aumento dos preços das passagens sem estimar, porém, quanto será esse reajuste.

A Azul afirma em nota que, embora o valor do barril do petróleo já tenha superado os níveis atuais há 14 anos, a situação hoje “é muito pior, pois naquela época o valor do dólar estava muito abaixo dos atuais R$ 5,00 e era cotado abaixo de R$ 2,00”.

“Essa matemática é bastante impactante para o setor aéreo, em especial para as empresas brasileiras, que têm diversos custos em dólar e um dos combustíveis mais caros do mundo”, destaca a área.

Historicamente, o combustível responde por mais de um terço dos custos do setor, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR).

“A continuidade desse cenário poderá adiar uma retomada mais vigorosa da oferta de voos no País, assim como a inclusão de novas cidades, rotas e frequências entre aeroportos que já contam com serviço aéreo”, acrescenta a Azul.

Em nota, a ABEAR informa que o avanço das cotações do petróleo pressiona ainda mais o já elevado preço do QAV, que em 2021 acumulou alta de 76,2%. “O encarecimento do QAV no curto e médio prazo poderá frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos, incluindo o foco na expansão de mercados regionais.”

Conforme a entidade, o setor acumula prejuízo de R$ 37,4 bilhões de 2016 até o terceiro trimestre de 2021. “A ABEAR defende que medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito incluam o QAV, amenizando dessa forma a crise do setor.”

Procurada, a Gol informou que está em período de silêncio e que se posiciona por meio da ABEAR.

Com informações de Estadão Conteúdo: (André Jankavski, Juliana Estigarríbia)

Imagem: Shutterstock

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