“A Inteligência Artificial cognitiva está na ordem do dia em dez dos dez textos, leituras ou quaisquer outras formas de difusão de informações que são debatidas e discutidas nos ambintes de negócios, na evolução da sociedade e no repensar do mundo em transformação.
É inevitável. A massificação do acesso e do uso das ferramentas de Inteligência Artificial cognitiva nesse período de 15 meses, desde que foi apresentada em novembro de 2022, tem proporcionado um repensar abrangente do mundo AIA/DIA, ou seja, antes da Inteligência Artificial e depois da Inteligência Artificial.
Ainda que muito do que tem sido proposto como Inteligência Artificial esteja sendo maquiado dessa forma, é inegável que o mundo DIA ou o mundo depois da Inteligência Artificial seja a temática dominante do repensar as práticas, atitudes, processos e a reconfiguração dos modelos de organização e gestão dos negócios, entidade e instituições. E, necessariamente, será revista pela crescente e constante incorporação da IA ao dia a dia dessas organizações. São muitas questões previsíveis e outras que serão geradas a partir do amadurecimento do conhecimento sobre o tema.”
Um dos capítulos que despertam maior atenção e preocupação é o que trata da transformação da liderança nesses novos tempos. Mais do que nunca, a formulação das perguntas certas se torna fator crítico da evolução estratégica, operacional e cultural das organizações na realidade DIA.
É sem dúvida ambicioso, para não dizer muito especulativo, propor pontos para reflexão sobre a liderança depois da Inteligência Artificial como um processo em que a construção da nova realidade ocorre de forma intensa, permanente e em constante evolução.
– O que muda nas organizações e nas relações com seus líderes e funcionários quando as perguntas se tornam ainda mais importantes do que as respostas?
Existirão mudanças significativas nas relações entre os líderes entre si?
– O que muda na estrutura, organização, processos e hierarquia das organizações com o aumento da velocidade na transformação da sociedade impactada pelo acesso e massificação da IA?
– Individualmente, como se reposicionar como líder em tempos da crescente incorporação da IA?
– Como será a organização futura em todos os seus aspectos estruturais, fluxo de informações, processos estratégicos e, principalmente, cultura com o avanço da IA?
– Como repensar a organização e planejar sua evolução pela crescente incorporação de IA?
– Como os líderes das organizações de diferentes portes devem repensar sua própria evolução empresarial, profissional e pessoal no cenário em transformação?
– Como os líderes das organizações devem rever sua visão das relações com outras organizações, parceiros, fornecedores e até mesmo concorrentes num cenário de crescentes desafios pela magnitude da transformação que está sendo vivenciada?
– Como manter organizações, funcionários e outras lideranças conectadas, envolvidas, conscientes e zelosas das questões que envolvem ética e limites de privacidade nos novos cenários?
– É possível rever o papel da liderança mais como de integrador do que de comando em organizações dentro dos novos contextos?
São ainda questões preliminares de um amplo espectro de questões possíveis. Como mencionamos, serão tempos em que as questões se tornam mais relevantes do que as respostas, ainda que ao menos, por enquanto, o discernir sobre as respostas ainda será fundamental no processo de aprendizado sobre IA e da própria IA em seu processo evolutivo.
Mas vale provocar o início dessas reflexões mais abrangentes e profundas para que o próprio papel fundamental da liderança em organizações em transformação se mantenha relevante e sujeito ativo no direcionamento correto e ético para a nova realidade.
Seria simplista demais elencar todas essas questões e pedir que a própria IA nos respondesse e analisássemos as respostas com o discernimento de que a realidade futura está e estará sendo construída de forma interativa, dinâmica e abrangente numa velocidade que jamais imaginamos antes.
Mas vale muito o exercício. Quais outras questões devem ser respondidas nessa perspectiva DIA?
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Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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