A Arezzo viu o seu lucro do segundo trimestre cair em 7% em relação ao mesmo período do ano passado, para quase R$ 114 milhões, mas continuou tendo resultados operacionais fortes. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e amortizações) cresceu 22,1% e foi a R$ 198 milhões. Já a receita líquida teve alta de 19,7%, sempre em relação ao segundo trimestre de 2022, e fechou o período em R$ 1,1 bilhão.
O motivo pela queda no lucro já era esperado pelos analistas: o aumento da despesa financeira. Entre abril e junho de 2022, a empresa tinha no caixa R$ 360 milhões, parte do que havia captado por meio de um follow-on (emissão secundária) de R$ 830 milhões em fevereiro. Já no segundo trimestre deste ano, a companhia tinha uma dívida líquida no caixa de R$ 346 milhões.
Segundo Rafael Sachete, diretor Financeiro da Arezzo, de lá para cá, os recursos foram usados em aquisições, investimentos, abertura de novas lojas e capital de giro, com os juros mais caros dos últimos 12 meses. “Só em aquisições, foram cerca de R$ 400 milhões”, disse. “Mas temos uma situação de endividamento bastante confortável, somos fortes geradores de caixa e, até o fim do ano, devemos reduzir essa percepção de endividamento e alavancagem.”
Hoje, a dívida está em 0,5 vez a geração de caixa medida pelo Ebitda e a tendência é de melhoria a partir do segundo semestre porque as bases de comparação de despesas vão ser reduzidas, segundo Sachete.
Outro ponto destacado em relatório recente de casas de análise, o da operação internacional, que estava sendo ajustada, teve melhoria nas vendas no varejo, com a inauguração de uma loja Schutz na Broadway, na cidade de Nova York, e nos preços cheios cobrados no comércio eletrônico. Mas as vendas como um todo sofreram, bem como o Ebitda no exterior, em função da retração das lojas de departamentos. “Os Estados Unidos são o maior mercado do mundo e nosso posicionamento é de longo prazo”, afirma Sachete. “Estamos construindo marcas, posicionamento e branding.”
Em setembro, a marca Arezzo será lançada na rede varejista Macy’s, o que tende a aumentar a exposição da marca no mercado norte-americano.
Em relação ao Brasil no segundo trimestre, Sachete disse que a empresa teve pequeno impacto em função da crise econômica porque as marcas da Arezzo são resilientes por serem voltadas ao consumidor com maior poder aquisitivo. O segundo trimestre, que tem algumas das datas mais importantes para o grupo, foi de bom desempenho. O sábado que antecedeu o Dia das Mães foi o de melhor em vendas da história da corporação. As marcas de vestuário, uma área de negócios recente e incorporada depois da aquisição da Reserva, também tiveram desempenho de destaque no Dia dos Namorados.
De maneira geral, todas as marcas tiveram crescimento de vendas. No total, a Arezzo vendeu R$ 1,4 bilhão, com alta de 21,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa destaca que, em 2002, já havia crescido 65% em relação a 2021.
Já as vendas online, que antes da pandemia representavam 12% do total, atingiram 24% no trimestre passado. Com isso, alguns números foram superiores a projeções de algumas casas de análises. O Citi havia previsto lucro líquido de R$ 94 milhões e a empresa alcançou R$ 100 milhões nesse indicador reportado e R$ 114 milhões recorrentes.
Com informações de Estadão Conteúdo (Cristiane Barbieri)
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