‘Problema na Americanas se arrasta por cerca de 7 a 9 anos’, diz Sergio Rial

Segundo o executibo, a inconsistência de R$ 20 bilhões em lançamentos contábeis são "a melhor estimativa do que vimos em 9 dias, não chancelados por auditoria"

Sergio Rial

O agora ex-CEO da Americanas, Sergio Rial, disse nesta quinta-feira, 12, que o problema que resultou em R$ 20 bilhões em inconsistências no balanço da empresa se arrasta por cerca de 7 a 9 anos. Rial participa de uma reunião fechada com clientes do BTG Pactual.

Ele afirmou também que a companhia vai precisar de capital e que, para isso, os acionistas de referência já foram contactados e eles têm mostrado comprometimento com a varejista.

Rial afirmou que a inconsistência no balanço se relaciona a “risco sacado que não era lançado como dívida”.

“Os R$ 20 bilhões são a melhor estimativa do que vimos em 9 dias, não chancelados por auditoria”, acrescentou o executivo.

Segundo ele, essas incongruências na maneira de reportar a “conta fornecedores” não são um problema apenas da Americanas, mas se arrastam desde os anos 90 no setor, por conta de diferentes formas de reportar essa rubrica.

Inconsistências contábeis

A Americanas comunicou nesta quarta-feira, 11, que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o de 2022. Em uma análise preliminar, a área contábil da companhia estima que os valores das inconsistências sejam da dimensão de R$ 20 bilhões na data-base de 30 de setembro de 2022

“Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz o fato relevante divulgado.

Entre as inconsistências, a área contábil da companhia identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais a Americanas é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro do ano passado.

O conselho de administração decidiu, ainda, criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis.

Com informações de Estadão Conteúdo (Talita Nascimento e Altamiro Silva Junior)

Imagem: Divulgação

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