A Vibra Energia reportou lucro líquido de R$ 81 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a uma queda de 55,1% em relação a igual período de 2022. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, houve recuo de 85,7%.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Vibra Energia alcançou R$ 688 milhões, queda de 36,9% ante o montante reportado no primeiro trimestre de 2022. Com relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 1,5 bilhão), houve queda de 54,3%.
Já a receita líquida da companhia somou R$ 39,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 3,7% em relação a igual período do ano passado. Contudo, houve queda de 13,3% ante o trimestre imediatamente anterior.
Em nota, a companhia informou que os resultados no primeiro trimestre sofreram forte influência da redução de preços de derivados de petróleo ocorridas no final de 2022 e ao longo dos três primeiros meses deste ano, trazendo impacto contábil relevante nos inventários de produtos, especialmente em diesel, óleo combustível e combustível para aviação.
A companhia também destacou a redução da dívida líquida em cerca de R$ 1,2 bilhão, o que permitiu a manutenção da alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, em 2,7 vezes. O indicador é o mesmo em comparação aos três meses imediatamente anteriores, e um pouco maior em relação ao primeiro trimestre de 2022, em 2,1 vezes.
“Reduzimos a dívida líquida em cerca de 8,5% em relação ao trimestre anterior, principalmente, pelo importante aumento de nossas disponibilidades, dada a forte liberação de capital de giro, provocada pela redução do preço dos derivados de petróleo”, destacou a companhia.
Inquérito arquivado
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu arquivar inquérito administrativo instaurado em março do ano passado contra Raízen, Vibra Energia e Ipiranga Produtos de Petróleo para investigar suposta conduta anticoncorrencial das empresas nos mercados de distribuição e de revenda de combustíveis. O arquivamento se deu “pela insubsistência dos indícios de infração à ordem econômica constante dos autos”, informa despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 11.
De acordo com nota técnica divulgada pelo Cade, a Procuradoria Federal Especializada junto ao órgão (PFE-Cade), autora da representação, tomou conhecimento de que as companhias estariam atuando para impedir que outros concorrentes participassem dos mercados relevantes envolvidos e que a mesma denúncia recebida pela PFE-Cade também havia sido formalizada pela Associação Nacional de Distribuidores de Combustíveis (Andic) por meio do Clique Denúncia em procedimento administrativo anexado aos autos do inquérito.
Pela denúncia, Raízen, Vibra e Ipiranga, que fornecem combustíveis para postos bandeirados com suas logomarcas, proibiam esses estabelecimentos, por causa de contratos de exclusividade, de comprar combustíveis de outros fornecedores.
“A denúncia alega que as distribuidoras incrementariam seus preços de venda de combustíveis para os postos bandeirados com o objetivo de lograr margem de lucro capaz de subsidiar a oferta de preços supracompetitivos aos postos de bandeira branca (sem contrato, e portanto livres para negociação com diferentes distribuidores), na tentativa de aumentar seu poder de mercado sobre tais em rede”, cita relato na nota técnica do Cade.
As três empresas negam a adoção da prática predatória, dizem que a acusação “não faz sentido” e “não tem qualquer fundamento fático”.
Com informações de Estadão Conteúdo
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