Há um setor de foodservice antes e outro depois dos acontecimentos dos últimos anos. Isso foi algo que podemos constatar na prática com o avanço já consolidado primeiro no delivery e logística para entrega e conveniência e, agora, com as soluções encontradas para a retomada, quando houve ainda um aumento de consciência de consumo.
Toda essa temática impacta diretamente em linhas de inovação e ESG para o setor de foodservice, no qual a própria alimentação e os hábitos de consumo têm mudado, com inserções de comidas à base de plantas, um consumo mais consciente de açúcar e alimentos altamente industrializados, além das questões de acesso e espaços, que foram transformados para otimizar e fazer valer para além do discurso.
Conhecidos como foodcourts, espaços que abrigam vários bares e restaurantes são uma das soluções encontradas para otimizar áreas e fazer com que o investimento não seja um empecilho para a volta da expansão de negócios, especialmente as franquias de alimentação.
Apoiado por uma ideia de curadoria, estes espaços chamam a atenção por serem ideais para concentrar segmentos e poderem se espalhar mais facilmente por cidades como as capitais brasileira. Já é uma realidade em Chicago, por exemplo, uma das cidades mais avançadas em termos de foodservice.
Os nichos de consumidores que vêm mudando de hábitos também abrem espaço para a formulação ou mesmo chegada de novos modelos de franquias, como no caso da alimentação à base de plantas, conhecida como plant-based. Já existem restaurantes e pratos voltados para isso fora do Brasil, o que pode aumentar exponencialmente as oportunidades de crescimento do setor de franchising.
Para se ter uma ideia de como vem forte esse setor de comida à base de plantas, as estimativas contam que ele deve movimentar cerca de US$ 95 bilhões, até 2029, com um crescimento médio de 12,45% no período esperado. As franquias deverão ter um papel fundamental nessa guinada de consumo mais consciente, que hoje ajuda a salvar vidas e ecossistemas inteiros. Mais ESG do que isso, impossível. E está totalmente alinhado com os valores do movimento Franchising Consciente.
Toda essa inovação deve também tornar o setor mais especializado, muito devido às mudanças já em curso, que primeiro passaram pela questão da conveniência e agora começam a fazer parte da tomada de consciência das pessoas, seja consumidores ou mesmo de investidores, que querem fazer apostas em empreendimentos cada vez melhores para o mundo.
O foodservice tem tudo para entrar nessa nova era, pronto a atender e acolher o novo, fazendo bem para as pessoas e, principalmente, para o mundo.
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
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