A Justiça reverteu nesta segunda-feira, 11, a decretação de falência da Máquina de Vendas, dona da Ricardo Eletro. Na última terça-feira, 5, a empresa havia recebido a decisão judicial informando sobre a segunda decretação de falência em apenas 26 dias. A revogação foi publicada por Beretta da Silveira, presidente do Direito Privado do TJ-SP.
A empresa tem dívida de R$ 4 bilhões, sendo que R$ 2 bilhões são do Santander e do Bradesco. O argumento da empresa é de que a maioria dos credores aprovaram o plano de recuperação judicial. Para Pedro Bianchi, atual CEO da Máquina de Vendas, foram os interesses individuais de três bancos que levaram às falências.
A Ricardo Eletro busca se reestruturar com a venda de produtos no comércio eletrônico, e cerca de 40 pessoas compõem o atual quadro de colaboradores.
História
Após atingir o faturamento de R$ 9,5 bilhões, em 2014, a companhia entrou em um período de dificuldades que coincidiu com a recessão econômica do Brasil. Em 2018, veio a recuperação extrajudicial – graças aos bilhões em empréstimos tomados com bancos e fornecedores – e a promessa de que as coisas iriam mudar. Foi nessa época que Bianchi, então sócio do fundo Starboard, assumiu o comando da empresa.
A pandemia complicou o cenário e a Máquina de Vendas decidiu fechar todas as lojas. Com isso, a receita da empresa passou de R$ 180 milhões mensais, em 2019, para praticamente zero.
Na pandemia, Bianchi focou na renegociação das dívidas da companhia, que chegam a R$ 4 bilhões, além de mais R$ 1 bilhão em atrasos tributários. E a empresa precisou entrar em recuperação judicial.
A Máquina de Vendas passou por uma reestruturação total e dos 28 mil funcionários no auge, reduziu a operação para 40 pessoas. A ideia é retomar a operação de lojas físicas em 2023.
Com informações de Estadão Conteúdo
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