Consumidores esperam mais collabs e benefícios das marcas na Black Friday deste ano

Dados divulgados no evento Google Black Friday revelam insights sobre as expectativas de compra em 2024

Consumidores esperam mais collabs e benefícios das marcas na Black Friday deste ano

Além de descontos a partir de 30%, os consumidores estão com as expectativas elevadas sobre as marcas na Black Friday deste ano e esperam mais collabs exclusivas e benefícios. Os dados foram divulgados durante o evento Google Black Friday, realizado na quarta-feira, 11, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, por executivos brasileiros da big tech. A boa notícia para o mercado, segundo as pesquisas, é que os compradores estão guardando dinheiro para gastar em novembro.

“Este é o momento de se diferenciar”, afirma Gleidys Salvanha, diretora-geral de Negócios para o Varejo do Google Brasil. A afirmação da executiva acompanha números significativos: 65% dos consumidores acreditam que as ofertas das marcas são muito repetitivas e esperam novidades. Outros 69% gostariam de ver mais parcerias exclusivas. E para escolher onde e com quem comprar produtos disponíveis em vários fornecedores, a decisão poderá ser definida pelos benefícios oferecidos, como serviços gratuitos, cashbacks e clubes de assinatura ou de fidelidade que ofereçam vantagens aos clientes.

Com 13 anos de Black Friday, o brasileiro já entendeu como a data funciona e está motivado para ela. Portanto, os descontos são esperados, mas são considerados um bom negócio com a redução a partir de 30%. As tecnologias desenvolvidas, inclusive pelo Google, também permitem aos potenciais compradores receber alertas de queda de preço e comparar valores. As pesquisas são feitas com antecedência e cresceram 13% no primeiro semestre, de acordo com Glaydis.

Permadesconto

“Diferencie-se do permadesconto”, afirma Rafael Araújo, head de Consultoria da WGSN Mindset Latam. No ano passado, ele diz, os consumidores, de um lado, tinham expectativas que não se confirmaram – e compraram menos -, e de outro, as marcas contiveram a sua postura de inovação.

Os dados apontam que para 56% dos tomadores de decisão é difícil ou muito difícil inovar tendo em vista os compromissos com resultados no dia a dia em um contexto econômico e financeiro mais amplo. No entanto, para aqueles que vão além do varejo tradicional, e arriscam parcerias inusitadas, têm oportunidade de gerar até 40% da receita com as collabs.

Para o varejo que pode incrementar a sua entrega de produtos com serviços, uma das dicas de Rodrigo Rodrigues, diretor sênior de Customer Solution da Google Brasil, é ficar atento às oportunidades das categorias mais buscadas que se destacaram nos estudos feitos pela companhia sobre a busca dos usuários. Embora o pódio ainda permaneça com as categorias mais tradicionais – eletroeletrônicos, moda e beleza e cuidados pessoais -, os analistas perceberam uma nova demanda surgindo em serviços, com usuários à procura de ofertas de viagem (72%) e de cursos (56%).

Se as agências de turismo e instituições de ensino já podem olhar mais atentamente para essa busca, o varejo também pode encontrar oportunidades de negócio em parcerias inovadoras para atrair os clientes e se destacar frente à concorrência.

Dinheiro para comprar e perfis de compradores

Em seu painel, Rafael Araújo disse que os consumidores estão mais maduros para a Black Friday. Conforme os dados, 51% se planejaram financeiramente, 58% investiram em poupança ou fez algum tipo de aplicação, 50% têm um teto de gasto e 24% devem aumentar o limite do cartão de crédito. “Até um mês antes da data, terão o dinheiro”, afirma o executivo.

O interesse dos compradores, em geral, fica mais evidente a partir da 3ª semana de outubro e atinge o pico na Black Friday. Algumas categorias de produtos mantêm alta procura até a Cyber Monday, que estende a campanha promocional até a segunda-feira.

Algumas ofertas podem ser oferecidas a partir da segunda quinzena de outubro, porém, é preciso entender três perfis de consumidores da temporada.

Rodrigues ressalta a importância das marcas identificarem oportunidades menos exploradas e usarem a criatividade para converter a venda.

Natália Camargo, diretora de Commerce Customer Solutions da big tech, afirma que as estratégias para a Black Friday devem ir além do pensamento “comoditizado”, isto é, restritos a três objetivos, quais sejam, oferta de descontos, escoamento estoque e aumento nas vendas.

Em sua análise, a executiva acredita que a data se tornou uma oportunidade de gerar valor junto aos consumidores e de impulsionar os objetivos de todos os negócios, quaisquer que sejam. Para citar dois exemplos mencionados em sua conferência, 54% dos consumidores aproveitam a Black Friday para comprar cursos – e, neste caso, a promoção se torna um fator de decisão para a intenção. Já 52% dos compram produtos diários mais caros por causa dos descontos – a data promocional estimula carrinhos mais valiosos.

Para alcançar o sucesso na conversão das vendas, ela sugere que as marcas e as lojas saibam qual é o seu propósito, a sua missão e, sobretudo, o seu objetivo de negócio. Esse conhecimento, segundo Natália, é imprescindível para se destacar no mercado e atender a expectativa de 71% dos consumidores que acreditam ser este o momento para as empresas mostrarem diferenciais, serviços e experiências, o que vai muito além do preço.

A partir da definição desse objetivo, que pode ser, por exemplo, expansão de categoria e target, os líderes podem estruturar os objetivos de marketing, estratégias de marketing a serem implementadas, frentes de ativação e plano de comunicação. “O sucesso”, argumenta, “está na capacidade da empresa orquestrar essa diferenciação responsável”.

Imagem: Mercado&Consumo

 

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