Estudo da Abstartups aponta pouca diversidade nas startups do Brasil

A Associação Brasileira de Startups, entidade sem fins lucrativos que representa o ecossistema, acaba de lançar o Mapeamento de Comunidades 2020, cujo objetivo é conhecer mais a fundo alguns dados de empreendedorismo e inovação de cada região do País, identificando as principais dores e potenciais locais. E a conclusão é de que ainda existe pouca diversidade no setor.

A pesquisa foi realizada entre os meses de maio e setembro com dados do Startupbase, a base de mais de 5 mil startups associadas e participantes de 3 mil startups espalhadas pelo Brasil.

Para este ano, pela primeira vez, a entidade levantou informações sobre o perfil dos fundadores e equipes. O mapeamento aponta que os homens são maioria entre os fundadores de startups no Brasil, representando 59,2% do total, enquanto as mulheres respondem por 12,6%. Os quadros em que há mais de um fundador e a maioria são homens somam 15,5%, e 2,4% são os quadros com maioria feminina.

Na divisão por raça, a maioria se autodeclara branca (64,8%), seguida pelos pardos (22,7%), negros (5,8%), amarelos (2,2%) e indígenas (0,5%). No cruzamento entre raça e gênero, os homens pardos e amarelos são 84,5% contra 15,5% das mulheres. O público masculino também são maioria entre os que se afirmam negros (80,7%) e 100% dos autodeclarados indígenas. Sobre orientação sexual, 92,3% se declaram heterossexuais, 3,9% são homossexuais e 1,5% são bissexuais.

Diversidade no time

Em se tratando da presença feminina nas equipes, 26,9% das startups não têm nenhuma mulher no time; 18,6% têm de 25 a 49%; 17,4% têm de 6% a 25%; e 15,1% têm metade do time composto por mulheres. Os negros, por sua vez, estão ausentes de 52,8% das empresas do setor; 19,3% das startups têm entre 6% e 25% de pessoas que se autointitulam negras; 11% têm menos de 5%; e 9,6% têm entre 25% e 49% dos colaboradores desta etnia.

As pessoas com deficiência também não estão bem representadas no ecossistema: 94,5% das startups não têm nenhum deficiente no time – somente 3,2% têm menos de 5% de profissionais PCD na equipe. Os transexuais também estão ausentes em 96,7% das empresas participantes do levantamento.

Apesar de os resultados apontarem no sentido contrário, 88,4% dos respondentes acreditam que sua startup apoia a diversidade, sendo que 75,1% consideram importante ou muito importante apoiar o tema, enquanto 19,5% consideram a pauta essencial.

Imagem: Reprodução

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