A edição deste ano da Fórmula 1, principal campeonato de automobilismo do mundo organizado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), é uma das maiores da história. Ao todo, serão 22 etapas, em 20 países diferentes espalhados por todos os cantos do mundo – o Grande Prêmio do Brasil, que será disputado neste domingo, 13, em Interlagos, São Paulo, é o penúltimo do calendário. Mas como é realizado todo o transporte e a logística para levar de uma ponta do globo a outra todos os equipamentos e, principalmente, os carros de corrida?
A Fórmula 1 conta com a parceria da DHL, responsável por transportar mais 1.400 toneladas de carga altamente valiosa durante o ano. Nessas cargas estão inclusos todos os tipos de produtos usados durante um Grande Prêmio, desde os carros, motores e pneus, até os equipamentos de transmissão, marketing e estruturas para hospitalidade.
A grande diferença entre os produtos é o seu nível de importância, que influencia o meio de transporte pelo qual serão transportados até a corrida seguinte. No caso dos produtos críticos, como equipamentos de pit stop e servidores de dados e computadores, o meio utilizado é o avião.
O mesmo ocorre com os componentes dos carros de corrida. Como esses veículos são pesados, eles precisam ser desmontados assim que uma corrida termina. Motores, caixa de câmbio, pneus, espelhos e a suspensão são retirados do chassi e embalados individualmente em contêineres desenhados especialmente para cada item.
Em navios são transportados os chamados itens “não críticos”, que incluem equipamentos de cozinha, itens de hospitalidade para os fãs e macacos hidráulicos. Essas cargas são enviadas com algumas semanas de antecedência para estarem prontas no tempo exato da corrida. A opção pelo transporte marítimo desse tipo de carga passa pelas questões de sustentabilidade – é um meio de locomoção menos poluente.
A estratégia de navios e aviões é aplicada para todas as corridas fora do continente europeu. No caso das corridas na Europa, que representam quase 50% da competição, todo o transporte é feito via terrestre com o uso de caminhões. Tantos produtos críticos quanto os não críticos são transportados dessa maneira.
A relação de parceria entre Fórmula 1 e DHL não é recente. Elas trabalham juntas desde 2004 e a empresa de logística é a patrocinadora global mais antiga do evento. A DHL tem mais de 50 profissionais especializados em automobilismo, 35 deles atuando diretamente com a organização da competição e as equipes participantes.
Esta equipe gerencia o deslocamento dos carros, motores, pneus, peças de reposição e outros equipamentos gerais, além de outras toneladas de equipamentos para marketing, transmissões televisivas e alojamento. Para 2023, o desafio será ainda maior, uma vez que a temporada será a maior da história, com um total de 24 corridas, duas a mais que esse ano.
Corridas mais verdes
Atitudes e práticas sustentáveis têm se tornado pontos cada vez mais importantes nas agendas da Fórmula 1 e da DHL, que se ajudam nesse processo. Para a principal competição de automobilismo do mundo, o objetivo é ter uma pegada de carbono líquida zero até 2030. No ano passado, a FIA já conseguiu garantir que a edição fosse neutra de carbono.
A temporada deste ano também marcou uma nova era para a Fórmula 1, pois agora os carros são projetados para ações mais imediatas, o que os torna mais seguros e sustentáveis. Além disso, os veículos dessa geração são movidos a combustível E10, mistura com 90% combustível fóssil e 10% etanol. A meta de mudança para motores híbridos, de abastecimento 100% sustentável, é para 2025.
“Como líder do setor em logística verde, somos qualificados de forma única para fornecer soluções sustentáveis que ajudam nossos clientes, como a Fórmula 1, a reduzir sua pegada de carbono e o impacto ambiental geral”, disse Cláudio Ramos, diretor de Projetos Industriais do Brasil e do Setor de Renováveis Regional – América Latina, DHL Global Forwarding.
Para o Grande Prêmio do Brasil, realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a DHL está usando soluções de transporte multimodal. A estratégia inclui frete terrestre e marítimo para reduzir o impacto ambiental. Ainda na etapa da Fórmula 1 em São Paulo, todo o paddock (local dos boxes que abriga as equipes) é livre de produtos de plástico.
Além disso, o transporte aéreo também teve mudança, com a DHL adotando o uso de aeronaves Boeing 777 de baixo consumo de combustível, que reduzem em 18% as emissões de carbono. A empresa também equipou a frota de caminhões com GPS para monitorar o consumo de combustível e selecionar rotas mais eficientes.
“Estamos entusiasmados por poder trazer os equipamentos e carros para a corrida em São Paulo. Não estamos apenas focados em entregar a corrida ao redor do mundo, mas também em fazê-la da forma mais sustentável possível”, destacou John Williams, chefe da DHL UK Motorsports.
Imagens: Shutterstock e Marcelo Audinino