Segundo informações divulgadas pela 5ª Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo, realizada em junho deste ano pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) em parceria com a consultoria KPMG, as perdas de produtos em supermercados aumentaram de 2,10% para 2,15% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que boa parte dessas baixas são em minimercados autônomos instalados em complexos residenciais ou comerciais.
De acordo com Vinícius Valente, CTO da Take, rede de smart vending cooler – nome dado às geladeiras de bebidas alcoólicas e não alcoólicas em áreas residenciais e comerciais, essa situação acontece por conta do modelo de negócio das lojas autônomas.
“Os minimercados também são conhecidos como mercado honesto, já que operam com base no honest market. Ou seja, não há a presença de um vendedor no local. O serviço fica disponível por 24 horas nos sete dias da semana e a compra é feita pelo próprio morador do condomínio, que normalmente escaneia o item desejado e finaliza a aquisição em um totem de pagamento”, diz o executivo.
Quanto a consumação nesse tipo de comércio, Valente afirma que costuma representar em torno de 60% de bebida alcoólica e 20% de sorvete, por consequência, esses são os itens com maior frequência de furto. Diante desse contexto, a rede de smart vending cooler enxergou uma oportunidade de usar a sua tecnologia para auxiliar os minimercados.
“As nossas geladeiras funcionam por meio do conceito grab and go. Neste caso, contam com inteligência artificial e câmeras internas para identificar os produtos retirados pelos consumidores, com uma cobrança automática feita em nosso aplicativo via cartão de crédito ou carteira digital do cliente”, explica.
Segurança e ampliação da tecnologia
Além do aumento do controle de acesso aos itens via geladeira inteligente, a Take também propõe o uso da biometria facial no momento do cadastro no aplicativo, o para alguns usuários exige uma fotografia com o documento em mãos para identificação e autenticação.
“Em nossos testes, praticamente zeramos os furtos com a união dessas tecnologias”, pontua Valente. Até o momento, a startup conquistou uma taxa de evasão de menos de 0,1% nos coolers automatizados.
Atualmente, a Take está em processo de implementação das soluções antifurtos em minimercados e aberta a novas parcerias com esse nicho. “Nós fornecemos a tecnologia por meio de aluguel, que acaba sendo um investimento menor do que arcar com os roubos diários, além de evitar que os síndicos dispensem energia e tempo em cobranças com os infratores, visto que a geladeira requer uma cobrança em tempo real”, reforça o CTO, que prevê um período de implementação dos recursos em 30 dias.
A startup espera expandir a inovação também para carnes e demais congelados no primeiro trimestre de 2023. Outra demanda que está nos planos futuros é a segurança para produtos secos que ficam nas prateleiras.
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