A renovação das estratégias de distribuição, com o investimento em automação, o uso de dark stores exclusivamente de vendas online e a criação de microcentros, está no foco de mais da metade dos varejistas nos próximos 12 meses. É o que mostra a segunda parte de uma pesquisa da Blue Yonder conduzida pela Researchscape International e divulgada durante o Chapter 1 do Retail’s Big Show, maior evento de varejo do mundo realizado anualmente pela National Retail Federation (NRF).
Realizada em outubro de 2020, o relatório analisou as respostas de 300 executivos seniores do varejo e do e-commerce responsáveis por operações de logística e atendimento nos EUA. A primeira parte do estudo foi lançada em dezembro de 2020.
De acordo com a Blue Yonder, os varejistas estão recorrendo à automação para aprimorar a cadeia de suprimentos e ter mais controle sobre a experiência da compra online. Eles também reconhecem que os modelos de dark stores e de microcentros podem ajudá-los a manter o inventário online o mais próximo possível dos clientes, o que permite cumprir com os pedidos de maneira rápida e rentável.
“Os varejistas estão ampliando sua rede de distribuição e a sua presença para entregar a last mile enquanto atendem ao aumento de pedidos e-commerce a curto prazo”, afirma Ed Wong, vice-presidente da Blue Yonder. “Eles também entendem que prever com precisão a demanda é fundamental para sustentar o crescimento da receita. As capacidades e locais avançados e de ‘omnidistribuição’ integrados com a automação são chave para uma distribuição rápida e eficiente. Ter a solução certa da cadeia de suprimentos para obter essa visibilidade end-to-end é a chave para o sucesso dos varejistas”, completa.
Os varejistas também perceberam que, junto com a marca, o produto e o preço, precisam incluir a distribuição como parte de sua estratégia de negócios geral para acompanhar a realidade do mundo de hoje. Como a Covid-19 continua a afetar drasticamente a forma como os funcionários trabalham, a precisão do inventário e a visibilidade em tempo real estão na lista de áreas que os varejistas gostariam de melhorar para garantir que atendem às demandas dos clientes. Também no topo da lista, está o gerenciamento da força de trabalho.
“A pandemia hiperacelerou a digitalização do varejo. Os varejistas não podem mais confiar apenas na marca, no produto e no preço. A distribuição agora é parte integrante de uma estratégia de varejo end-to-end bem-sucedida. Com a incerteza ainda iminente à medida que entramos em 2021, os executivos de varejo precisam reorientar rapidamente as estratégias centradas no cliente para oferecer velocidade e conveniência, resultando em uma revisão abrangente e na racionalização da cadeia de suprimentos de ponta a ponta, desde o planejamento, a colocação de inventário, distribuição e rotas para o mercado”, disse Omar Akilah, vice-presidente comercial da Blue Yonder.
Ele complementou: “Os varejistas que se reorientam em uma cadeia de suprimentos centrada no cliente, impulsionando o comércio, estarão mais bem equipados para se adaptar a qualquer ambiente, responder aos picos e desafios futuros. Ao mesmo tempo que entregam o produto certo, pelo preço certo e da maneira mais otimizada, de acordo com preferências e necessidades dos consumidores.”
Confira, a seguir, alguns destaques da pesquisa:
- Conforme o e-commerce expande, cresce também a automação das redes de distribuição, com 14% dos varejistas tendo automação em seus locais de atendimento hoje e 21% esperando uma automação completa nos próximos 12 meses, o que representa um crescimento de 50%. Quase um quarto (23%) dos executivos espera ter a maioria de seus locais de distribuição automatizados no mesmo período;
- 17% dos varejistas de farma, saúde e beleza atualmente têm todos os locais de atendimento automatizados – mais do que qualquer outra vertical;
- Nos próximos dois a três anos, o uso de CDs emergentes por parte dos varejistas dobrará, passando de 12% das redes atuais para 26%; as dark stores duplicarão, passando de 6% das redes atuais para 12%; e os centros de microdistribuição quase dobrarão, passando de 15% das redes atuais para 27%.
- 64% dos varejistas atualmente fornecem serviços de compra online, retirada na loja e uma experiência de compra sem contato, mas isso diminuirá em cerca de 8% nos próximos dois a três anos. Com o início da vacinação contra a Covid-19, a previsão é de que os consumidores retornem às lojas físicas, o que pode explicar a redução prevista;
- Durante os próximos 12 meses, os varejistas priorizarão o aumento da capacidade existente (43%) e a melhoria da produtividade laboral (42%);
- Aproximadamente metade dos varejistas de alimentos (49%) e de produtos para pets (49%) citou a expansão da capacidade existente como uma área que gostariam de melhorar – mais do que qualquer outra vertical;
- Mais da metade dos varejistas de farma, saúde e beleza (52%) e de cuidados de pets (52%) selecionou a melhoria da produtividade laboral como uma área que gostariam de priorizar – mais do que qualquer outra vertical;
- Quase 40% dos executivos de varejo desejam melhorar os processos de picking (39%) e reduzir os custos de armazém e centro de distribuição (38%);
- Quase metade (48%) dos varejistas deseja melhorar os preços e as promoções para garantir a rentabilidade desde o lançamento ao mercado até a redução de preços;
- Quase dois quintos (38%) dos varejistas desejam melhorar o gerenciamento da força de trabalho, incluindo retenção dos colaboradores, o envolvimento deles e a produtividade;
- Na primeira parte do relatório, os varejistas citaram a manutenção de práticas obrigatórias de distanciamento social ou protocolos de segurança (36%) e a escassez de trabalhadores (34%) como desafios importantes da força de trabalho. Agora, melhorar a visibilidade e a organização do inventário em tempo real (36%) e o gerenciamento de sortimento (36%) para impulsionar vendas, além de margens mais altas em todos os canais com informações focadas no cliente, foram listados como outras prioridades principais.
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