O setor supermercadista foi um dos protagonistas da aceleração digital que atingiu o varejo ao longo da pandemia do covid-19 em 2020. Com as medidas restritivas de circulação e protocolos sanitários muito mais rígidos, grandes redes do segmento precisaram rapidamente se reinventar e descobrir novas formas de continuar vendendo.
Neste processo, a digitalização foi essencial para viabilizar que o negócio continuasse girando, por meio de plataformas para smartphones, site, aplicativos, marketplace, WhatsApp, entre outros. Os supermercadistas precisaram criar ou dar mais atenção ao seu e-commerce, implementar soluções que agregassem novas e mais agradáveis experiências ao cliente, desde a escolha dos produtos à finalização das compras, passando por formas de pagamento e chegando à entrega rápida e segura.
Projetos que receberiam investimentos ao longo de uma década tiveram que ser acelerados e catalisados para que não perdessem espaço para players de outros setores que viram na crise de saúde uma oportunidade de agregar produtos do setor alimentício ao seu portifólio.
O fato é que o modelo de compras digitais caiu no gosto da população, mesmo daquelas pessoas mais resistentes, que não tinham tanta familiaridade com a tecnologia, e este é um caminho sem volta. O estudo Grocery Digital Maturity Benchmark 2020 já havia sinalizado que 40% dos consumidores que começaram a fazer compras online na pandemia pretendem continuar com essa opção e 25% dos entrevistados acreditam que farão menos aquisições em lojas físicas. Ou seja, a necessidade de adaptação e evolução dos serviços é constante. Conveniência, sensibilidade, aplicação de melhores práticas de Sustentabilidade, Governança e Responsabilidade Social (ESG), everywhere commerce e metaverso são alguns dos desafios atuais para alcançar excelência e evoluir o oferecimento de serviços que proporcionarão crescimento constante e de longo prazo.
Com o aumento da demanda previsto, como ressaltei acima, e o crescimento de concorrência, inovar por meio da adoção de tecnologias que façam captação de dados e transformem essa informação em inteligência estratégica para conhecer melhor seu consumidor e modernizar sua operação é essencial. É neste ponto que entram os softwares especializados para atender às necessidades de negócio que ajudam a gerir cada processo e a enxergar a operação como um todo. No entanto, soluções sozinhas não resolvem gaps tecnológicos. É preciso ter parceiros preparados e experientes para discussões com um viés de transformação, bem como times dedicados que irão realizar um trabalho minucioso, otimizando resultados e colocando o cliente um passo adiante frente aos desafios.
Por exemplo, por meio do mapeamento de processos, análise de dados, metodologia ágil, democratização da informação dentro da própria organização e a adoção de ferramentas de Inteligência Artificial e Machine Learning, é possível, em tempo real, ter uma visão das mudanças de comportamento dos consumidores. Toda essa estratégia, além de computação cognitiva, pode fornecer uma compreensão fiel do perfil individualizado do cliente e apontar para um atendimento hiper personalizado. E os benefícios de toda esta engenharia de transformação são refletidos no cliente final, pois cada ação é pensada nas necessidades e desejos desse consumidor, graças a uma troca de experiências mais fluida e individualizada.
Para empresas do setor supermercadista que não acompanharam todo esse movimento de Transformação Digital, a boa notícia é que ainda há tempo de realizar essa transição! E com parceiros certos apoiando nessa construção, esse movimento estratégico fica mais assertivo, alcançando os resultados esperados. As soluções devem ser pensadas e moldadas de acordo com a cultura das empresas. Deve-se realizar um mapeamento para diagnosticar as principais necessidades da organização e estabelecer processos para auxiliar a companhia nesta jornada digital rumo à melhoria do negócio como um todo.
Cassia Camargo é líder da Aliança de SAP da Capgemini Brasil.
Imagem: Shutterstock