As vendas do comércio brasileiro registraram alta de 0,6% em abril, na comparação com março, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS). Em relação ao mesmo mês de 2023, o crescimento foi de 0,4%.
O desempenho mensal foi impulsionado especialmente pelo comércio digital, que avançou 5,3%, enquanto o varejo físico teve uma alta mais modesta, de 0,3%. No entanto, no comparativo anual, os resultados se invertem: o comércio digital apresentou retração de 4,8%, enquanto o físico cresceu 1,3%.
“Em abril, continuamos observando sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, com aumento da taxa de desemprego e diminuição da geração de empregos formais. Ao mesmo tempo, as famílias seguem pressionadas pelo alto nível de endividamento e por uma inflação ainda elevada. Embora alguns indicadores mostrem certa estabilidade, o cenário geral ainda é de desaceleração da atividade econômica”, comenta Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone.
O levantamento, realizado mensalmente pela Stone, monitora a movimentação do varejo em todo o país.
Desempenho por segmento
Na análise mensal, sete dos oito segmentos avaliados registraram crescimento em abril. Os destaques foram:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: +7,0%
- Material de construção: +2,1%
- Tecidos, vestuário e calçados: +1,3%
- Móveis e eletrodomésticos: +1,3%
- Artigos farmacêuticos: +0,8%
- Combustíveis e lubrificantes: +0,6%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +0,2%
O único setor com queda no mês foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com recuo de 2,2%.
Já na comparação anual, o destaque positivo foi o setor de combustíveis e lubrificantes, com alta de 5,8%, seguido por:
- Hipermercados e supermercados: +4,0%
- Tecidos, vestuário e calçados: +3,3%
Por outro lado, houve retrações nos seguintes segmentos:
- Móveis e eletrodomésticos: –3,2%
- Artigos farmacêuticos: –3,0%
- Material de construção: –2,6%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: –1,5%
O setor de livros, jornais, revistas e papelaria manteve-se estável (0%).
Desempenho regional
No recorte por estados, 19 unidades da federação apresentaram crescimento nas vendas em abril, na comparação anual. Os maiores avanços ocorreram no:
- Acre: +12,1%
- Amapá: +9,4%
- Sergipe: +8,6%
- Roraima: +6,5%
- Rio Grande do Sul: +5,7%
- Pará: +5,5%
- Espírito Santo e Bahia: +4,3%
- Pernambuco: +3,7%
- Paraná: +3,4%
- Goiás: +3,2%
- Santa Catarina: +2,6%
- São Paulo: +2,5%
- Paraíba: +2,2%
- Tocantins e Ceará: +1,9%
- Mato Grosso: +1,8%
- Maranhão: +0,6%
- Piauí: +0,5%
Por outro lado, oito estados registraram queda nas vendas:
- Distrito Federal: –4,7%
- Mato Grosso do Sul: –4,4%
- Rondônia: –3,3%
- Rio de Janeiro: –2,7%
- Amazonas: –2,1%
- Rio Grande do Norte: –1,3%
- Alagoas: –0,6%
- Minas Gerais: –0,2%
“Apesar da leve melhora observada na maioria dos setores em abril, as altas não foram suficientes para compensar as quedas registradas no mês anterior. Um exemplo é o setor de Vestuário, que avançou 1,3% em abril após ter recuado 3,3% em março — o que mostra que o nível de atividade segue abaixo do patamar médio. De forma geral, o varejo ainda opera em ritmo lento, sem sinal claro de recuperação sustentada”, completa Calvelli.
Imagem: Envato