Já parou para pensar em quanto estamos expostos a uma infinidade de escolhas diárias e que isso muitas vezes pode até causar estresse no nosso dia a dia?
Desde a escolha de um filme numa plataforma de streaming – na qual muitas vezes você passa mais tempo pesquisando do que assistindo – até no pedido de uma refeição num app de delivery. As opções podem nos deixar malucos! Isso porque parece que ficamos completamente incapazes de tomar alguma decisão.
Isso provavelmente acontece com você e tem sido chamado de “decision fatigue” ou “fadiga da decisão”. Que diz que uma pessoa perde a habilidade de tomar boas decisões depois de ter tido que tomar várias outras decisões. Ou seja, você perde a capacidade de distinção, e acaba ficando mais estressado e tomando más decisões.
Hoje estamos imersos num volume sem fim de opções e isso é um grande causador de estresse nas pessoas. É uma cultura que foi criada na nossa sociedade em que oferecer cada vez mais opções para o consumidor é melhor forma de fideliza ló.
Só que isso tem causado um impacto negativo no varejo. Ao oferecer muitas possibilidades aos consumidores, ele pode até tentar fazer uma escolha, mas a sensação de que há algo melhor para ele, ou que pode estar perdendo alguma coisa, faz com que ele acabe demorando demais para se decidir ou não tomando decisão nenhuma. Isso para quem deseja que o consumidor tome uma decisão de compra é realmente um problema.
Mas qual a solução? Reduzir portfólio, enxugar as coleções, reduzir cardápio? Na verdade, otimizar os SKUs para ganhar eficiência é uma opção, mas do ponto de vista do consumidor a necessidade é outra. Estou falando da personalização da oferta.
Afinal, se há tantas opções, quais são aquelas que são ideais para cada pessoa de forma individual?
Quem tem trilhado esse caminho da personalização da oferta garante que o esforço vale a pena. Esforço porque envolve muita tecnologia para a depuração dos dados fornecidos pelo consumidor por meio de seu comportamento de compra, suas pesquisas, navegação no site da marca, suas visitas às lojas e mais toda e qualquer informação que puder ser extraída do relacionamento que ele estabelece com a marca. São dados que podem apoiar as marcas a oferecerem uma oferta exclusiva, direcionada para cada perfil de consumidor e que muitas vezes se traduz num programa de relacionamento muito bem estruturado e que garante tanto a fidelidade quanto a recorrência da compra.
É assim que as marcas devem ajudar os consumidores nesse novo momento. A fazerem melhores escolhas para o seu dia a dia. A curadoria deve andar de mãos dadas com os dados. Afinal, não se trata de oferecer menos produtos, mas de ajudar o consumidor a tomar melhores decisões por meio da tecnologia e sem estresse!
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
Imagem: Envato/Arte/Mercado&Consumo