A cadeia de roupas com desconto Primark está apostando que a abertura de mais lojas e cada vez maiores trará ganhos de vendas, contrariando a tendência seguida pelos concorrentes de diminuir suas presenças físicas.
A marca de roupas, de propriedade da Associated British Foods Plc, espera que novas lojas nos EUA e na Europa impulsionem as vendas durante o ano inteiro. A estratégia contraria o que os outros varejistas estão fazendo e nem todos estão convencidos de que pode funcionar. As ações da empresa caíram 3% em Londres, reduzindo os ganhos iniciais.
A Primark nem vende online, tornando-se uma exceção em um setor que está mudando para o comércio eletrônico e deixando para trás um cenário de vitrines vazias. Uma nova loja conceitual em Birmingham, Inglaterra, teve um começo promissor, disse a empresa, que planeja adicionar mais 1 milhão de pés quadrados de espaço de venda no próximo ano.
“Somos as pessoas que investem nas ruas e no Reino Unido, isso é o que distingue a Primark dos nossos concorrentes”, afirmou o diretor financeiro da AB Foods, John Bason.
A Primark espera que as vendas estejam 4% à frente do ano passado em termos de moeda constante, embora preveja um declínio de 2% em uma base comparável – mostrando que não está imune aos problemas que afetaram a Hennes & Mauritz AB e a Inditex SA, proprietária da Zara, recentemente.
Enquanto os ganhos de margem estejam sendo impulsionados por precificações mais baixas e melhores compras, disse Bason, uma libra enfraquecida deve atingir as margens no próximo ano. Isso ocorre porque a Primark compra roupas em dólares e vende principalmente em libras e euros.
A margem sobre o lucro antes dos juros e impostos pode cair 0,3 ponto percentual, para 11,3% no próximo ano e, como resultado, haverá mais reduções em 2021, segundo o analista da RBC Richard Chamberlain. A Primark “continua a ser uma das melhores empresas de descontos e tem um forte crescimento de espaço, o que está impulsionando ganhos de participação de mercado, embora com tendências negativas de vendas”, escreveu ele em nota.
O declínio nas vendas comparáveis se deve principalmente à queda na Alemanha, disse a empresa, acrescentando que seu desempenho melhorou no quarto trimestre.
Fonte: Bloomberg
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