Empresários do varejo falam sobre o consumidor do amanhã

Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS S.A

(Na foto, Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS S.A)

O Global Retail Show reuniu gigantes do varejo para discutirem sobre o consumidor do amanhã em seu primeiro dia de econtro. No painel sobre o tema estavam Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário; Beto Funari, CEO da Alpargatas S.A.; Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS S.A.; e Flavia Bittencourt, presidente da Adidas Brasil. O GRS é maior evento de consumo e varejo brasileiro e vai até sábado que vem, dia 19 de setembro.

Eduardo Yamashita, COO da Gouvêa que mediou o debate ao lado de Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da Gouvêa, comentou a pesquisa apresentada pela Mosaiclab em parceria com a Toluna e aproveitou para abrir o debate com Flavia Bittencourt, da Adidas, que falou sobre o processo de aceleração causado pela pandemia. Segundo ela, muitos processos da empresa ganharam nova velocidade e algumas demandas não estavam 100% preparadas para o momento. “Roupas para trabalhar em casa, por exemplo, tiveram um salto absurdo e o nosso estoque não estava preparado para este movimento”, contou. Flavia disse ainda que o consumidor mudou rápido. De acordo com a executiva, pode ser que agora ele trabalhe mais de tênis ou vá continuar no home office.

E executiva contou que a empresa tem apostado muito no trabalho de divulgação e apoio a diversos temas ligados a inclusão social, tanto que em 15 de setembro terão dia global de inclusão na empresa em todo mundo. “Estamos trabalhando muito as mulheres, onde já temos 44% das posições de lideranças ocupadas por esse público em diversas empresas importantes. Racismo era uma pauta que não estávamos tão dedicados, mas rapidamente já ajustamos a rota para poder trazer mais o tema para o nosso universo. A expectativa das pessoas aumentou muito e elas querem, além de resultado, o posicionamento de diversas empresas rapidamente”, afirmou.

Beto Funari, CEO da Alpargatas comentou que as pessoas começaram a ter acesso a um novo reportório de conveniência em todas as classes sociais e que isso é algo que não tem volta. “A penetração dos canais online creceram o equivalente a dois anos em três meses. Esse é um caminho sem volta e só vai acelerar.” Para ele, as pessoas irão ressignificar a experiência física com um novo padrão de expectativas muito elevado.

Um dos investimentos que a Alpargatas vem fazendo está na interação com os consumidores na eliminação da fricção no processo de compra. Com forte componente multicanal, a marca aposta, por exemplo, na possibilidade de o consumidor interagir com painéis digitais, que sugerem cores e opções de produtos para serem usados em diferentes ocasiões. “Essas experiências criam uma dinâmica no varejo”, disse Funari. “E geram insights que podemos escalar rapidamente em todos os pontos de contato dos consumidores com as marcas”, e completou afirmando que “o grande trabalho é entender como você elimina essas fricções.”

“A tecnologia, que hoje cria oportunidades quanto o baixo custo do dinheiro permite que os empreendedores sejam mais arrojados. E isso tudo vai acelerar muito o empreendedorismo”. Foi assim que Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS definiu a questão da inovação em meio à pandemia. De acordo com o empresário, a tecnologia como facilitador e aliado a uma baixa taxa de juros permite florescer o espírito empreendedor do brasileiro, que é muito forte. Segundo o empresário, teremos uma aceleração da economia mais rápido do que estão falando por ai.

No caso do Grupo Boticário, a pandemia mudou completamente os planos da companhia, que vinha em uma crescente impulsionada, principalmente, por uma série de aquisições Enquanto via a receita cair pela quarentena, Grynbaum precisou enxergar força nos meios digitais, que ainda têm muito a ser expandido. Para ele, no entanto, o futuro será ainda mais multicanal – e cada vez mais os negócios “offline”, como vendas diretas e o varejo tradicional, precisarão estar totalmente interligados com os canais “online”.

Questionado sobre o IPO do grupo, Grymbaum disse que não tem nada contra a abertura de capital, mas que acredita em outra forma de realizar investimentos em seus negócios. Não temos nada contra um IPO, mas não temos isso no curto, médio e longo prazo. Continuamos olhando o mercado e sendo muito procurados, mas para nós, qualquer movimento desse terá de ter um resultado muito mais estratégico. Enquanto isso não acontece seguimos com os nossos investidores franqueados”, explicou.

* Imagem reprodução

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