Kidults já representam 15% das vendas de brinquedos e jogos

Público de 19 a 29 anos busca produtos que disparem gatilhos de felicidade ligados a efeitos nostálgicos

Topo Gigio, Ursinhos Carinhosos, Moranguinho e jogos clássicos, como Banco Imobiliário e Cara a Cara, que marcaram a infância de gerações, continuam a fazer sucesso nas prateleiras. E as vendas desses brinquedos são impulsionadas por um público de 19 a 29 anos. Denominado kidults, eles buscam produtos que tragam satisfação e disparem gatilhos de felicidade ligados a efeitos nostálgicos.

Essa tendência foi impulsionada principalmente na pandemia, quando as pessoas buscaram entretenimento dentro de casa, durante o isolamento social. Para atender a esse mercado, que já representa cerca de 15% da receita global de brinquedos e segue crescendo 4 pontos percentuais ao ano, segundo dados da The NPD Group, as fabricantes de brinquedos têm relançado marcas icônicas e criado produtos voltados aos kidults.

“O mercado kidult vem numa evolução ano após ano. Com a pandemia houve uma aceleração muito forte desse consumo, pois os adultos em home office buscavam atividades lúdicas para si ou para o contato com as crianças do lar”, afirma Aires Fernandes, diretor de Marketing da Estrela, que participou do painel “Kidults: a nova e lucrativa tendência da indústria de brinquedos”, durante a 39ª edição da Abrin, maior feira de brinquedos da América Latina, entre os dias 5 e 8 de março, no Expo Center Norte.

Fernandes explica que o perfil de consumidor dessa categoria está ligado a duas gerações: a Millennials, que foi a primeira a atravessar a revolução digital, e a Z, filha dos millenials, já totalmente digitalizada.

“Diferentemente de gerações anteriores, que eram preparadas para fazer carreira em empresa, formar família e ter bens, essas 2 gerações buscam produtos que tragam satisfação e disparem gatilhos de felicidade, buscando momentos de sua infância, que podem ser verdadeiros ou até fantasiosos. E esses produtos, os brinquedos, podem fazer esse disparo”, diz.

Relançamentos em parceria

Com 85 anos de participação no mercado de brinquedos no Brasil, em 2022, a Estrela aproveitou essa onda e relançou, em parceria com a Ri Happy, 10 brinquedos que fizeram sucesso em décadas passadas, como Rockita, Vertiplano, Aquaplay e Snif Snif.

“Hoje temos em linha vários produtos que foram sucesso, principalmente das décadas de 70, 80 e 90. Muitos são ligados ao movimento geek e cultura pop, mas também temos linhas de jogos que fazem uma ligação de socialização com momentos de felicidade junto à família”, diz.

Embora não existam estudos a respeito sobre o movimento kidult no Brasil, Fernandes destaca que na Estrela a venda de produtos voltados a essa público representa cerca de 15%, além de fazer parte da estratégia de marketing da empresa, com relançamentos periódicos de sucessos de décadas passadas.

“Atrás de cada um desses brinquedos existe um storytelling ligado a esse produto, que será claramente o gatilho de disparo de felicidade desses adultos que visam procurar produtos para satisfazer as suas necessidades.”

Imagens: Shutterstock e Divulgação

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