O varejo digital de moda deve continuar ganhando força nos próximos meses, mas precisa desenvolver ferramentas que criem uma experiência de compra mais próxima da presencial. A criação de jornadas que despertem o interesse do consumidor o uso de Realidade Aumentada, por exemplo, pode ser caminhos interessantes. Essas são algumas das conclusões de um estudo realizado pelo Dafiti Group e pela WGSN Mindset braço de consultoria WGSN, sobre o futuro do e-commerce de moda.
As lojas físicas, por seu lado, serão redimensionadas para permitir um distanciamento maior entre as pessoas e aumentar a integração digital. Deverão ser espaços mais inspiracionais e acolhedores, que transmitam segurança e conforto. Após a pandemia, os consumidores devem passar menos tempo dentro das lojas e interagir menos com os produtos.
A análise aponta, ainda para uma mudança no perfil dos influenciadores, que passam a ser figuras de autoridade, criadores de conteúdos de impacto, que usam suas plataformas para promover mudanças reais na sociedade. O destaque será dado cada vez mais para a qualidade e a relevância do conteúdo, não apenas quantidade de seguidores.
Estudo foi dividido em três pilares
A análise qualitativa foi elaborada a partir do mapeamento de tendências comportamentais e conversas com especialistas brasileiros do setor e experts do Dafiti Group. Dividido em três pilares, o estudo apresenta insights sobre o consumidor, o varejo de moda e o varejo de moda online.
Para olhar para o futuro, a análise começa revendo a evolução do setor nos últimos dez anos, partindo de 2011, quando os brasileiros faziam suas primeiras compras pela internet e a Dafiti era lançada no País.
Em seguida, se aprofunda nas mudanças recentes do varejo, parte iniciada antes da pandemia e parte acelerada pelos acontecimentos desencadeados pela crise sanitária e econômica mundial. E chega a caminhos possíveis para daqui em diante, traçando um paralelo com o que os e-commerces já têm colocado em prática nos últimos tempos com práticas e exemplos já experienciados ao redor do mundo.
Sete prioridades-chave dos clientes
O estudo categoriza sete prioridades-chave dos consumidores daqui para frente: reforma social, proteção e segurança, dicotomia tecnológica, novas comunidades, meio ambiente, geração recessão e novas alianças. São essas prioridades que direcionam como desejam consumir, afetando diretamente as escolhas de moda.
Destacam-se conceitos como diversidade, autoexpressão e segurança. Isto significa que, daqui para frente, inclusão e sustentabilidade serão estruturais para qualquer marca e devem impactar não só a comunicação, mas toda a forma de pensar o negócio. A análise mostra que pandemia, emergência climática, descolonização e recessão já são atualmente propulsores de transformação social, e levam a pressão por reformas sociais, busca por mais segurança, reduzindo o consumo por gratificação imediata, estreitamento de comunidades e maior atenção às questões ambientais.
Outro ponto de atenção é a importância de permitir que as pessoas se destaquem a partir das suas personalidades, pois o consumidor deve valorizar cada vez mais marcas que dão espaço à pluralidade de identidades e também de interesses em cada indivíduo.
Contribuição de especialistas
Para elaborar o estudo, foram realizadas entrevistas com 10 especialistas no setor. Envolveram-se no projeto Cassandra Napoli, estrategista sênior de Digital Media & Marketing na WGSN; Eduardo Ribeiro, sócio-fundador e diretor-executivo da DBMAX Inteligência Estratégica; Jackson Araújo, consultor criativo e especialista em tendências; Michel Jasper, LinkedIn Top Voice 2020, fundador do Amo Varejo e diretor-geral da Web Jasper; e Petah Marian, estrategista-sênior na WGSN Insight.
Do time do Dafiti Group, participaram os cofundadores Philipp Povel e Malte Huffmann, Samantha Albuquerque (diretora de Marketing), Francisco Faulhaber (diretor de Platform Services) e Amilcar Zambrano (gerente de Customer Experience e Business Development).
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