5 razões para viver a estória de Davi e Golias

Businessman boxing against a giant businessman. Business concept cartoon illustration

A batalha entre Davi e Golias, que acredito que você deve conhecer em algum nível, é narrada no capítulo 17 do primeiro livro de Samuel, na Bíblia. O resumo é que Golias – um gigante filisteu fortemente armado – foi morto pelo pequeno e aparentemente dócil Davi, usando uma funda e um seixo de rio.

Eu, pessoalmente, ouvi esta estória inúmeras vezes e já vi incontáveis metáforas: de lições de vida a estratégias empresariais. Nunca tive a mínima pretensão de reescrever a Bíblia, mas por várias vezes me peguei pensando: se esta é a estória de Davi “versus” Golias, como poderia ter sido a estória de Davi “e” Golias? O que poderia ter nascido da parceria entre um gigante Golias, fortemente armado, e um sagaz e ágil Davi?!

O ambiente atual das startups tem nos dado exemplos espetaculares do que estou falando.

Impulsionadas pela disponibilidade das mais modernas tecnologias na “nuvem”, e armadas de uma curiosidade e bravura ultra-jovens, startups têm nascido em profusão. Muitas delas, estão implementando ideias que desafiam os processos e modelos de negócio das grandes corporações. Várias destas companhias já aprenderam que a competição atual não é de Grande versus Grande, mas de Grande versus Ágil!

Quer você seja um executivo em uma grande empresa, ou um empreendedor em uma startup, listo aqui 5 razões para colaborarem mutuamente:

1 – AGILE

O conceito Agile, muito além do desenvolvimento de software, é um conceito que se aplica às empresas em geral. Minha dica é: seja empreendedor, teste novos conceitos e produtos rapidamente, meça os resultados, aprenda e volte ao ponto de partida para aprimorar. Em outras palavras: erre rápido, erre pequeno, para acertar grande.

Grandes empresas são conservadoras com o risco e tendem a ter processos de decisão mais lentos. Do outro lado, startups possuem times pequenos e ágeis e estão sempre se adaptando muito rapidamente (o que se chama de “pivoting” nesse mundo). O ganho para uma grande empresa, dessa parceria, fica bastante óbvio.

2 – INNOVATION LAB

É sabido que grandes corporações têm dificuldade em criar inovações disruptivas organicamente. Processos voltados para excelência operacional, cultura e ambiente são algumas das razões para essa dificuldade.

Em contrapartida, as destemidas vêm desafiando o Status Quo e introduzindo produtos e modelos de negócio que estão transformando indústrias e profissões.

Grandes empresas podem se beneficiar – e muito – criando um ambiente de inovação externo.  Não é preciso construir um espaço físico, tipo “co-working”. O real segredo é construir um ecossistema virtuoso com startups.

3 – DOOMSDAY SCENARIO

Computação em Nuvem, Inteligência Artificial, Big Data, Mobilidade, Internet das Coisas, Blockchain e Colaboração em Redes Sociais são algumas tecnologias que, combinadas com uma boa ideia e execução, podem fazer qualquer negócio se tornar irrelevante em cinco ou dez anos.

Algumas dessas ideias podem já estar sendo colocadas em práticas por alguma startup. Os exercícios de cenários do fim do mundo (doomsday scenario) são muito mais fáceis de fazer quando uma grande empresa colabora com uma startup. Conhecer estes cenários é a melhor, se não a única, forma de se antecipar para tomar a liderança.

4 – EXPERIÊNCIA E CONHECIMENTO DE MERCADO

Hora de ver os benefícios para as startups. Por mais pujante e arrojado que sua startup e seu time sejam, nunca, e repito, nunca subestime a experiência.

Por mais defeitos que uma grande empresa possa ter – e todos, invariavelmente, os temos – nenhuma empresa chegou a ser grande pelos seus defeitos, mas por suas qualidades. E elas são sempre muito mais relevantes que os defeitos.

Um bom mentor e uma boa colaboração com empresas grandes podem mostrar muitos atalhos para as startups, além de acelerar tremendamente o ciclo AGILE: de testar, medir, errar e  aprimorar.

5 – GENUÍNO

Este último ponto não é uma razão, mas um conselho. Quase uma ordem, para ser bem sincero.

Sendo pequeno ou grande, a colaboração tem que ser genuína, tem que ser para valer mesmo. Não é algo somente para publicar no site da empresa ou para gerar mídia. Se não for genuíno, não invista sua energia.

As startups não querem enfrentar burocracia, nem ter que lidar com um organograma intrincado. O projeto de colaborar com startups tem que vir da alta administração. Só ela poderá mudar ou adaptar processos. Além disto, os grandes devem dedicar times de colaboradores que realmente tenham paixão pelo projeto.

As grandes empresas não querem se sentir como sendo mais um degrau, um mero cliente na jornada da startup para aumentar seu “valuation” e ser vendida. A startup deve estar disposta a ouvir as sugestões, testá-las e colaborar com os inúmeros talentos que certamente existem na organização.

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