As vendas via e-commerce terão um papel importante para o mercado, mas elas não irão substituir a força das operações físicas. Segundo especialistas, a tendência é que os dois canais sejam sinérgicos e fluidos.
A conclusão foi compartilhada durante o painel “O setor supermercadista italiano e a próxima normalidade”, que teve a mediação de Massimo Volpe, CEO da Global Retail Alliance, nesta segunda-feira, segundo dia do Global Retail Show.
O tema foi debatido por Ludovico Carbone, vice-presidente de Marketing & Loyalty da rede de supermercados Basko; Tommasso Lippiello, professor da LIUC University, e Alessandro Maggio, diretor de Marketing e Mercado Digital da empresa especializada em campanhas de fidelidade Jakala.
Percepção de risco em queda
Segundo dados de uma pesquisa apresentada por Alessandro Maggio, a percepção de risco a respeito da Covid-19 entre os italianos está diminuindo desde março de 2020 por causa da redução de casos no país.
No início da pandemia, 59% da população estava extremamente ou muito preocupada; hoje, esse índice caiu para 40%.
Por outro lado, apesar de o Índice de Confiança do Consumidor ter aumentado em agosto, o impacto da pandemia na renda familiar aumentou de 49% para 60%. O motivo é a percepção pessimista com relação à economia.
A pesquisa mostra, ainda, que houve queda entre os consumidores que decidiram diminuir os gastos, principalmente fora de casa. Em setembro, os gastos com alimentos mostraram um forte aumento, de 60%, com relação ao período pré-Covid-19, com registro de 60%.
Com relação ao e-commerce, para 40% dos consumidores essa “nova forma de fazer compras” foi o canal mais utilizado até setembro de 2020.
Prioridades para os varejistas
Com base em toda pesquisa, o time da Jakala definiu quatro prioridades para o varejo. Uma é o uso de um mix de mídia local mais eficaz, de acordo com as características da área de abrangência do ponto de venda e a condição de segurança epidemiológica da região. Outra é a otimização do sortimento de acordo com os novos paradigmas de consumo da Covid-19.
A terceira prioridade apontada é a consolidação das ferramentas e processos que garantem uma experiência de compra segura, simples e satisfatória para o cliente. E a quarta é a recuperação de compras por impulso também no canal online.
Lojas de proximidade
Ludovico Carbone, da rede de supermercados Basko, as lojas de proximidade são as grande salvação e o canal mais importante para os consumidores se sentirem seguros hoje. A empresa tem 60 lojas físicas e uma online.
Ele conto, ainda, que a rede operou em várias frentes durante a pandemia para garantir toda a operação. Entre elas, estiveram ações para garantir a confiabilidade ao clientes, inovação com soluções assertivas para atender à demanda, aumento no sortimento de produtos e introdução de novos itens para suprir as necessidades atuais.
A rede também apostou em descontos nos produtos, cashback e aumento de cupons de desconto para pagamentos no totem das loja. Com toda essa adaptação, Ludovico Carbone revelou que a Basko teve crescimento de 140% no período da pandemia.
Para o executivo, o e-commerce tem uma missão estratégica. “Provavelmente não sera a principal área do negócio, pois o físico será sempre o mais importante. Mas ter atenção a este canal é importante, tanto que olhamos para este tema desde 2004”, afirmou.
Mudanças de comportamento
Já o professor da LIUC University, Tommasso Lippiello, citou a mudança de percepção do consumidor no mercado com a pandemia. Segundo ele, as lojas de proximidade preencheram uma lacuna que estava ainda em aberto na Itália. As restrições de mobilidade também forçaram a população a migrar para o online.
“Atualmente, temos um crescimento progressivo de clientes no e-commerce. Cada marca no mercado de alimentos está tentando se adaptar a essa nova normalidade e o omnichannel para este ano é algo que tem de ser levado em consideração na estrategia das empresas”, alertou.
Tommasso Lippiello disse que é preciso oferecer a melhor experiência ao usuário. Para ele, conhecer o cliente, oferecer tecnologia nas lojas e saber exatamente que é a sua audiência são estratégias assertivas.
O especialista também falou sobre a importância do e-commerce. “O e-commerce é algo que não está relacionado 100% apenas aos supermercados online, mas a qualquer tipo de setor, e por isso precisa ser pensado para o negócio”, afirmou.
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