Exportação de café em outubro cresce 21,8% em volume mas recua 2,5% em receita

O presidente do Cecafé voltou a destacar os entraves logísticos na exportação, como a menor disponibilidade de contêineres e atrasos recorrentes de navios

café

As exportações brasileiras de café somaram 4,356 milhões de sacas de 60 kg em outubro, volume 21,8% maior que o de outubro de 2022. A receita, porém, recuou 2,5% na mesma comparação, a US$ 847,2 milhões, informou nesta segunda-feira, 13, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O presidente da entidade, Márcio Ferreira, considerou desempenho “bastante positivo” – o mês passado foi o segundo melhor outubro nos últimos cinco anos. “Os cafés conilon e robusta, com 662 mil sacas enviadas ao exterior, tiveram sua segunda melhor performance para um único mês na história e cresceram 479,5% sobre outubro de 2022”, destacou o Cecafé em nota.

Segundo Ferreira, problemas nas safras de outros produtores de canéfora levaram compradores a se voltarem para o Brasil, que segue competitivo no mercado global. “O próprio Vietnã e a Indonésia estão buscando nossos cafés, com as exportações a esses países produtores avançando 565,3% e 123,2%, respectivamente, no acumulado de janeiro a outubro deste ano”, explica.

Ferreira destaca, ainda, o crescimento nos embarques para o México. “Os mexicanos ampliaram em 432,4% as importações de nossos cafés verdes, já adquirindo 341,5 mil sacas do produto no acumulado de 2023.”

O presidente do Cecafé voltou a destacar os entraves logísticos na exportação, como a menor disponibilidade de contêineres e atrasos recorrentes de navios. Relatório Detention Zero (DTZ), elaborado pela Ellox Digital em parceria com o Cecafé, mostrou que o índice de atrasos de navios no Porto de Santos (SP) veio se agravando gradativamente nos últimos meses e chegou a 76% em outubro, o maior porcentual apurado neste ano.

“Esses problemas resultam em adiamentos regulares de embarques e pátios abarrotados de contêineres nos terminais portuários santistas, que estão com dificuldades para receber cargas devido a limitações físicas de espaço no terminal. Com embarques volumosos e crescentes de açúcar, algodão, soja e milho no segundo semestre, por exemplo, os entraves se agravaram e seguem causando preocupação quanto ao retorno à normalidade das operações”, afirma Ferreira no comunicado.

Ainda de acordo com ele, a origem desses atrasos nos navios no Porto de Santos se deu com a ocorrência de ciclones e tempestades tropicais na Região Sul. “Essas adversidades climáticas estão impedindo as embarcações de atracarem nos portos sulistas, o que vem causando o acúmulo de cargas nos demais portos brasileiros, como no complexo portuário santista, por exemplo”, explica.

Com informações de Broadcast Agro
Imagem: Shutterstock

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