Ações do Credit Suisse despencam após principal acionista descartar novo aporte

Ontem, instituição disse ter identificado "fraquezas significativas" na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos

Credit Suisse

As ações do banco Credit Suisse operam em forte queda na manhã desta quarta-feira, 15, após o principal acionista da instituição suíça, o Saudi National Bank (SNB), da Arábia Saudita, descartar a hipótese de oferecer mais assistência financeira à instituição.

“A resposta é absolutamente não, por muitas razões além da razão mais simples, que é regulatória e estatutária”, disse o presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, em entrevista à Bloomberg TV.

Por volta das 6h50 (de Brasília), o papel do Credit Suisse tinha queda de 10% na Bolsa de Zurique.

Na terça-feira, 14, o Credit Suisse havia dito ter identificado “fraquezas significativas” na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos em função de controles internos ineficientes.

No relatório anual de 2022, o banco suíço disse que sua liderança, incluindo o CEO Ulrich Körner e o diretor financeiro Dixit Joshi, que começaram a trabalhar na instituição no ano passado, concluiu que seus controles não são eficientes.

Apesar das falhas, o Credit Suisse disse que suas demonstrações financeiras “representam razoavelmente, em todos os aspectos relevantes, a condição financeira consolidada do grupo”.

O Credit Suisse teve de adiar seu relatório anual na semana passada, por conta de questionamentos da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA) sobre fluxos de caixa de 2019 e 2020, que foram revisados no relatório anual de 2021.

No documento divulgado na terça, o Credit Suisse disse que as revisões são resultado das fraquezas apontadas e que pode haver outras distorções relevantes.

O banco suíço enfrenta uma grande crise de desconfiança, com resultados ruins, desde o ano passado.

No final de julho, anunciou que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e menos arriscada, após desastres financeiros que incluíram um golpe de US$ 5,1 bilhões em 2021 do cliente Archegos Capital Management.

Com informações de Estadão Conteúdo (Sérgio Caldas e agências internacionais).
Imagem: Shutterstock

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