“A pandemia será um acelerador para a adoção digital e de tecnologia no varejo”, afirma CEO do Mundo Verde

Claudia Abreu - Mundo Verde

Na manhã de hoje (15), Claudia Abreu, CEO da rede de alimentação saudável Mundo Verde, foi uma das participantes do webinar realizado pela Mercado & Consumo. Com 400 lojas e um faturamento de R$ 730 milhões, a empresa vinha com um planejamento de expansão no Brasil e no exterior para atingir vendas superiores a R$ 1 bilhão até o fim deste ano, mas com a crise precisou rever os planos.

Para a executiva, que enxerga a crise como uma oportunidade, o momento é de calma e foco para colocar em práticas ações que sustentem o atual cenário de maneira positiva. “Estamos tomando o caldo de uma tsumani e precisamos ficar com as nossas cabeças fora d’água para respirarmos”, disse.

Há 30 anos no mercado de produtos naturais, a Mundo Verde há tempos deixou de atender a um nicho. “Queremos traduzir o conceito de saudabilidade em algo mais prazeroso para todo mundo”, defendeu a CEO da empresa. “A marca sempre teve um papel importante na curadoria de produtos, na instrução dos clientes, nas mensagens sobre os benefícios de cada item e agora neste atual momento, decorrente da crise, vamos seguir nos adaptando para atender essa nova demanda”, reforçou.

A presença nas redes sociais e o próprio e-commerce, lançado em 2019, dão subsídios para entender as preferências do consumidor e pautam o desenvolvimento de novos produtos. “O foco, para depois da pandemia, será a experiência do cliente, inovação e sustentabilidade”, explicou Claudia, que identificou uma aceleração no processo de digitalização na empresa.

Segundo ela, antes da pandemia, produtos com foco em redução de peso eram os mais procurados, hoje, a prioridade são itens como própolis, por exemplo. “Além dos produtos que sofreram uma alteração na procura, o nosso consumidor também mudou. Quando o Mundo Verde foi fundado apenas um público restrito, formado por pessoas em dietas restritivas e atletas ou pessoas em dietas especiais estavam na lista. Como a preocupação com a alimentação se tornou maior e mais difundida na população, já não é mais assim”, e completou “a participação de idosos aumentou neste período de coronavírus.

Questionada sobre o modelo de franquias do qual a empresa opera, Claudia disse que no Brasil este setor é muito pulverizado. De maneira geral, a executiva explica que as redes são formadas por pequenos empresários que resolveram abrir seu próprio negócio e a maioria deles têm um fôlego financeiro mais sensível. Para colaborar, a empresa adorou três medidas imediatas, entre elas o delivery, comunicação fluída entre os franqueados e franqueadores, além de toda parte burocrática que envolve ajudar o franqueado na isenção de fundo de marketing, negociação de taxas com bancos para antecipação de recebíveis e isenção de royalties .

Claudia acredita que é preciso facilitar a comunicação e tornar o acesso às informações dos produtos mais simples e acessíveis para o consumidor. Como parte disso, em 2019 a rede abriu sua primeira loja conceito, na rua Oscar Freire, em São Paulo. A flagship tem 82 m2 e um mix com cinco mil produtos, o que representa 60% a mais do que a das franquias da empresa. Para a líder do Mundo Verde essa será uma das apostas após a crise, já que o consumidor busca experiência na hora de consumir um produto.

* Imagem reprodução

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