Um mês após a suspensão das operações, a Voepass anunciou, nesta segunda-feira, 14, a demissão de “parte do quadro” de trabalhadores, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Sem divulgar o número de desligamentos, a aérea afirma que a medida visa “readequar seu quadro de funcionários à nova realidade”.
Em nota, a Voepass explica que passa por uma “reestruturação financeira”, tendo ajuizado um pedido de tutela preparatória em fevereiro deste ano. A situação foi agravada pela interrupção das operações da Voepass pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), anunciada no mês passado após o órgão identificar problemas de segurança. A medida “provocou um impacto direto no caixa da companhia”, segundo o pronunciamento.
“A companhia está adotando todas as medidas necessárias para demonstrar sua capacidade operacional para restabelecer seu Certificado de Operador Aéreo (COA) pela Anac, com o objetivo de retomar suas atividades o mais breve possível”, diz a empresa. Diante desse cenário, complementa que a malha aérea encontra-se sob revisão e análise frequentes, que consequentemente tem impacto direto na quantidade de pessoas que emprega.
Ao suspender as operações da Voepass, a Anac falou em “quebra de confiança” em relação aos processos internos da empresa e “falta de efetividade” no plano de ações corretivas. Com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, a empresa está sob rígida fiscalização da agência desde que, em agosto do ano passado, um avião seu caiu sobre um condomínio residencial em Vinhedo (SP), causando a morte de 62 pessoas.
Por meio da nota, a Voepass afirma ainda que considera sua história de 30 anos – é a companhia aérea há mais tempo em operação no País – uma força essencial e estratégica de desenvolvimento na aviação brasileira. “A companhia ressalta que, mesmo diante de todos os desafios que vem enfrentando, sempre teve como objetivo preservar o máximo de empregos possíveis e manter a sua sustentabilidade no longo prazo; e com isso manter seu compromisso de conectar o interior do Brasil aos grandes polos”, diz ainda a Voepass.
Antes da suspensão, a aérea, formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas, vinha atuando com uma frota de seis aeronaves com voos para 17 destinos, com destaque para viagens regionais.
Com informações de Estadão Conteúdo (Elisa Calmon)
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