Por Marcos Hirai*
Quando visitamos shopping centers no Oriente Médio, na Ásia, nos Estados Unidos ou na Europa, voltamos sempre com a sensação de que aqui no Brasil não estamos muito distantes do que se pratica lá fora. Existe, porém, um aspecto que ainda se vê pouco por aqui: as mídias digitais e o uso mais intenso da tecnologia, na relação com os consumidores.
No Brasil, ainda vemos muita mídia off-line (adesivos, banners e cartazes) e as interações com as ofertas dos lojistas ainda são muito tímidas. Efetivamente, os shopping centers ainda não são vistos pelos grandes anunciantes e publicitários como mídia. Consequentemente, o faturamento desta frente de negócios acaba sendo muito pequeno e pouco representativo dentro do composto financeiro dos centros comerciais.
Num momento onde este mercado sofre uma de suas maiores crises, com vacância e inadimplência em alta e receitas em baixa, torna-se prioridade buscar novas fontes de receitas e a intensificação da captação de mídia torna-se a grande frente a ser investida. Neste movimento, as mídias digitais abrem grandes oportunidades nesta área. Na comparação com a mídia estática, o digital consegue anunciar uma quantidade infinitamente maior. Sendo assim, ela tende a se torna muito mais acessível para os lojistas.
Segundo uma pesquisa recente da ABRASCE, entre os pontos positivos de se anunciar em shopping center estão a percepção de um local físico e de um momento ideal para alcançar o target da marca, porque as pessoas estão relaxadas, passeando e dispostas a comprar. É o momento ideal para anunciar, pois o produto anunciado está disponível para compra no mesmo local em que é promovido.
Com o digital, o shopping ganha uma plataforma bastante apropriada para expandir esta tecnologia a seus clientes. Aplicativos mobile, associados a beacons (aparelhos de proximidade que emitem informações, por meio de bluetooth, diretamente aos smartphones cadastrados) que por sua vez estejam conectadas à diretórios e as telas digitais podem alterar totalmente a experiência de consumo dos frequentadores de shoppings.
Imagine a seguinte situação:
Em casa, você acessa o aplicativo do seu shopping preferido e verifica quais as ofertas especiais estão disponíveis no dia. Chegando lá, o aplicativo mostra as vagas de estacionamento que estão livres. Mostra também a localização das lojas e navega até o local desejado. Ao chegar próximo, recebe uma nova oferta especial no seu smatphone, onde o lojista elegeu algumas ofertas de última hora, baseado no nível do seu estoque. Ao sair da loja, passa em frente de um monitor digital e recebe uma oferta de uma refeição da praça de alimentação.
Lojistas, shopping e clientes tendem a ficarem mais integrados e, consequentemente, todos podem sair ganhando, gerando mais vendas.
Porque o omnichannel é relevante?
72% de compras online depois de navegar na loja
50% de todas as vendas de varejo é INFLUENCIADO PELO DIGITAL (“SHOWROOMING”)
78% comprou na loja depois de navegar online (“WEBROOMING”)
*Marcos Hirai (marcos.hirai@bgeh.com.br) é sócio-diretor da GS&BGH Retail Real Estate