O Magazine Luiza fechou acordo para a compra da KaBuM!, maior plataforma de e-commerce de tecnologia e games do Brasil. O valor da aquisição ultrapassa os R$ 3 bilhões, sendo R$ 1 bi pago em dinheiro e o restante em ações de MGLU3.
“A companhia pode emitir mais 50 milhões de ações aos acionistas da KaBuM!, em janeiro de 2024, caso atinja algumas metas. Consideramos os valores envolvidos, sem considerar sinergias, favorável para as ações de MGLU3. A operação ainda depende da aprovação do Cade, mas acreditamos que não haverá remédios relevantes”, afirma Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos.
Crescimento impulsionado pela pandemia
Em 2020, impulsionadas pela pandemia, as vendas do KaBuM! mais que dobraram, crescendo 128% em relação a 2019. Nos primeiros cinco meses de 2021, a plataforma continuou evoluindo de forma acelerada, com 62% de crescimento comparado ao mesmo período de 2020. Nos últimos 12 meses, a receita bruta superou a marca de R$ 3,4 bilhões, com lucro líquido de R$ 312 milhões.
Os produtos do KaBuM! serão oferecidos no app da Magalu. Segundo a empresa; os clientes do KaBuM! poderão contar com todos os benefícios da multicanalidade, como os produtos financeiros do Magalu, como cartão de crédito e seguros.
“Com a aquisição, o Magalu reforça o pilar estratégico de novas categorias, com um sortimento extremamente complementar ao atual e com enorme potencial de crescimento. Adicionalmente, em conjunto com as recentes aquisições Jovem Nerd e CanalTech, o KaBuM! e o Magalu poderão oferecer uma experiência de compra, conteúdo e entretenimento completa para os amantes de tecnologia”, informou o Magalu em fato relevante.
Oferta subsequente de ações
Também nesta quinta-feira (15), o Magazine Luiza confirmou a realização de uma oferta subsequente de ações (“follow-on”), que deve emitir 150 milhões de novas ações. Considerando o preço do fechamento de quarta-feira, 14, (R$ 22,93), a emissão somaria cerca de R$ 3,439 bilhões. A oferta poderá ser acrescida em até 33% do total de ações inicialmente ofertado, ou seja, em até 50 milhões de ações. Com isso, a oferta pode girar até R$ 4,586 bilhões.
A nova captação em bolsa é liderada pelo Itaú e pelo BTG Pactual – que foi quem assessorou o Magazine Luiza na compra do Kabum! – e conta ainda com J.P. Morgan, Merril Lynch (Bank of America), UBS BB (Banco do Brasil), Bradesco BBI, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Santander e XP. Com exceção da XP, todos os demais bancos participantes foram adiantados pelo Broadcast.
Os recursos captados com as 150 milhões de ações terão como destino a expansão do Magalu em novos mercados, investimentos em logística, abertura de novos centros e hubs de distribuição e o pagamento de aquisições estratégicas como a própria compra anunciada hoje. Outro exemplo de investimento é a Hub Fintech, a compra realizada em dezembro de 2020 por R$ 290 milhões foi concluída recentemente, após aprovação pelo Cade e Banco Central. Apesar de já ter pego a operação, a companhia precisa fazer aportes no negócio.
O encerramento do procedimento de bookbuilding será no dia 22 de julho, juntamente com a precificação da ação. O início das negociações na B3 ocorrerá no dia 26 de julho.
Projeções operacionais
O Magazine Luiza divulgou projeções operacionais para os anos de 2021, 2022 e 2023. Conforme os indicadores de estrutura logística divulgados, a previsão da varejista é encerrar dezembro deste ano com 26 centros de distribuição, 30 em 2022 e 33 em 2023. Para unidades de cross-docking, as projeções são de 199, 350 e 417, respectivamente. Já o número de lojas deve fechar 2021 com 1.440, depois 1.560 em 2022 e 1.680 em 2023. O total de unidades logísticas é de 225, 380 e 450 para cada ano. A área total de armazenagem está prevista em 1,180 milhão de metros quadrados, 1,630 milhão e 2 milhões de m2, respectivamente.
“Dada a sua operação multicanal, ou seja, lojas e e-commerce totalmente integrados, a área total de armazenagem inclui também a parte da área das lojas que é destinada para o manuseio e estoque de mercadorias”, diz o fato relevante. As projeções são válidas até 31 de dezembro de 2023 e dependem de condições de mercado e demanda, entre outras variáveis.
Com informações Estadão Conteúdo (Talita Nascimento e Luana Pavani)
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