Em meio a brinquedos e jogos, a loja da Ri Happy, no Bourbon Shopping, em São Paulo, foi escolhida para ser o laboratório de tecnologia e inovação da companhia. É nesta unidade que a empresa testa e aperfeiçoa as soluções que irão moldar a experiência de compra, como a integração de tecnologias que permitiram transformar o ponto de venda em uma plataforma móvel desde o primeiro atendimento até a finalização da compra.
Ao utilizarem dispositivos eletrônicos integrados, como tablets ou smartphones, os colaboradores podem realizar tarefas múltiplas, como registrar vendas, processar pagamentos e até mesmo atender pedidos do e-commerce – pelo WhatsApp, Rappi, iFood e marketplace proprietário -, diretamente do local onde o cliente está, sem a necessidade de um ponto de venda fixo.
Além de transformar a experiência de compra, o projeto também foca na integração dos meios de pagamento diretamente nos dispositivos móveis dos colaboradores. Sendo assim, os clientes não precisam mais ser conduzidos até o caixa, aguardar a fila de pagamento para depois retirar a compra. Muitas vezes, os adultos estão acompanhados de crianças pequenas, impacientes pela espera, o que deixa esse processo ainda mais desafiador para o perfil de consumidores de uma loja de brinquedos.
“Agora, os vendedores podem realizar transações em qualquer lugar da loja, ao lado do produto que o cliente deseja comprar, eliminando a necessidade de filas e proporcionando uma experiência de compra muito mais ágil e conveniente”, afirma Paulo Henrique de Toledo Farroco, chief Digital Officer (CDO) da Ri Happy. O executivo está na companhia há 2 anos e é responsável por liderar as principais mudanças tecnológicas na organização.
De acordo com Farroco, os principais meios de pagamento já estão integrados, como Pix e cartões de crédito e débito e, em breve, será implementada uma carteira digital.
Varejo fígital
A Ri Happy vinha fazendo bem a sua lição de casa em relação à tecnologia. A varejista já havia integrado os canais de compra para o omnichannel, o que deu a possibilidade de seus clientes comprarem, pagarem e retirarem o produto da forma mais conveniente. Implementou, inclusive, a prática conhecida como “ship from store”, em que os pedidos da venda online são atendidas e enviadas diretamente das lojas físicas, em vez de sair de um centro de distribuição ou armazém. Essa solução agiliza as entregas e reduz custos, vez que os CDs, geralmente, estão distantes dos bairros residenciais.
Na semana passada, a empresa confirmou a implementação do Google Workspace em processo de transformação digital e cultural. A ferramenta amplia a produtividade da equipe e reúne em uma mesma plataforma todos os serviços realizados em vários aplicativos ou telas.
O projeto piloto para o desenvolvimento das lojas físicas em unidades móveis e interativas foi implementado em 1º de julho. A previsão de Farroco é a de que em menos de 2 meses todo sistema estará integrado e poderá começar a expandir para outras as outras unidades.
Laboratório de testes
A loja do Bourbon Shopping, transformada em uma “lab sotre” para experimentação de novas tecnologias e soluções, funciona como um ambiente separado dos objetivos de lucro da empresa, permitindo testar e errar sem comprometer os resultados financeiros.
Rádio, IA e retail media
Outra aposta inovadora foi o lançamento da Rádio Ri Happy, concebida e gerida integralmente por Inteligência Artificial (IA). A rádio virtual foi criada para oferecer experiência personalizada e totalmente controlada para o público infantil, que é o foco da empresa.
“Sentimos a necessidade de ter uma mídia 100% nossa, com músicas e mensagens adequadas para crianças, sem depender de conteúdos externos”, explicou o CDO da empresa. A programação musical é gerada por IA, isto é, a tecnologia cria novas músicas e letras continuamente, sem custos de royalties, a partir de temas e contextos sugeridos. “Isso proporciona um canal de comunicação que pode ser adaptado às necessidades e preferências do público em tempo real”, complementa Paulo Farroco.
Segundo o executivo, a Ri Happy dispõe de um volume de conteúdos inéditos que lhe permite transmitir sua grade musical durante um dia todo sem nenhuma repetição.
O projeto, também de acordo com Farroco, é parte da estratégia da empresa de integrar o retail media neste canal, gerar novas receitas em parceria com anunciantes. Ele estima que metade de toda a rede já tenha integrado a rádio às suas operações. O processo de implementação envolve adaptações de hardware nas lojas, o que tem sido um desafio, mas a empresa está avançando rapidamente para que todas as unidades contem com essa novidade.
“A rádio é um exemplo de como estamos utilizando a Inteligência Artificial para melhorar a experiência nas lojas e, ao mesmo tempo, criar novas oportunidades de comunicação e monetização,” destaca Farroco.
Apesar de todas as inovações facilitarem a jornada de compra, a Ri Happy caminha para se transformar em um espaço de serviço e entretenimento em que a consequência pode ser ou não a compra de um produto. A rede oferece programação gratuita os finais de semana, que não obrigam os frequentadores a consumir na loja. Para o CDO, o bem-estar das crianças e a oportunidade de lazer e de relacionamento que o grupo oferece dentro de suas lojas têm sido o norteador das ações da empresa em direção ao futuro.
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