Varejo tem de parar de ser convencional e engajar pessoas, diz presidente da RaiaDrogasil

Antonio Carlos Pipponzi falou, junto com outros executivos, sobre cultura de doações em painel do Latam Retail Show

O varejo precisa parar de atuar de forma convencional e engajar clientes e colaboradores no propósito de ajudar as pessoas, afirma Antônio Carlos Pipponzi, presidente da RaiaDrogasil S.A. Durante um dos painéis do segundo dia do Latam Retail Show 2021, nesta quarta-feira (15), ele falou sobre a cultura das doações junto com outros executivos do setor. “O engajamento é a principal alavanca para gerar envolvimento social”, disse. O evento tem cobertura especial da plataforma Mercado&Consumo.

Um dos cases apresentados no painel foi justamente o da RaiaDrogasil, que implementou o conceito de micro doações em troca de cultura e entretenimento por meio da revista “Sorria”. Ao realizar as compras nas farmácias da rede, o cliente tem a opção de doar uma pequena quantia e em troca receber o exemplar daquele mês. As doações são direcionadas para o GRAACC, além de outros projetos sociais ligados à saúde.

“Temos como propósito cuidar de gente. Envolvemos nossos funcionários com o propósito de cuidar de pessoas, por meio de iniciativas que promovam interação e participação dos colaboradores”, disse , disse Pipponzi. “Uma empresa deve ter cultura e propósitos alinhados, para criar projetos e produtos que consigam impregnar nossos funcionários com as causas dela. Não é só doação, é oferecer conteúdo de qualidade que faça com que o público se identifique com a cultura empresarial.”

Varejo tem de parar de ser convencional e engajar pessoas, diz presidente da RaiaDrogasil
Exemplar da revista “Sorria”, da RaiaDrogasil

ESG no varejo e no consumo

O painel do qual Pipponzi participou fez parte do fórum “Desenvolvendo o ESG no varejo e consumo”, realizado em parceria com o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). As ESG são um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança que grande parte das empresas passaram a adotar nos últimos anos. A incorporação do ESG ao modelo de negócios mostra que a companhia está se adequando ao presente e pensa no futuro e nos impactos de suas ações.

“ESG e consumo consciente não têm volta, pois as novas gerações pautam suas escolhas por meio da reputação das empresas e o que elas fazem nessa área” afirmou Roberta Faria, Co-CEO da Editora MOL. Roberta também aponta que os varejistas devem olhar para dentro e traçar estratégias que gerem impacto, com o mínimo de custos, em ações diárias que provoquem satisfação dos clientes e colaboradores.

Integrante do Conselho Roldão Atacadista, Ricardo Roldão concordou. “Todo varejista deve ter foco no cliente e em como podemos ajudar a nossa comunidade, com transparência, organização e desafio. Ele destacou, ainda, a importância de engajar os microempreendedores por meio da educação e levar conhecimento para eles. “O papel do varejista é investir em ações voltadas para as comunidades que o cercam”, disse.

O CEO da Pernambucanas, Sergio Boriello, complementou dizendo que, com o crescimento do e-commerce, o desafio é encontrar alternativas para tentar simular essa interação humana nesse ambiente. “O canal digital perde uma sensibilidade importante nessa questão. Perde-se o contato humano, que tanto no ponto de vista da Pernambucanas, quanto da causa, é necessário”, disse.

Segundo Borriello, a empresa trabalha atualmente no desafio de remontar o ambiente digital, criando uma versão nova do e-commerce com vídeos no ato de finalização da compra, por exemplo. “Entendemos que o ato da compra é capaz de provocar uma interação humana que faz falta. Estamos descobrindo a melhor forma de fazer.”

Colaborou Fábio Barros
Imagens: Reprodução/Facebook

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