O marketing sensorial no varejo é uma estratégia poderosa que usa diversos estímulos com objetivo de criar experiências de compra memoráveis, únicas e impactantes. Por definição, esse tipo de marketing é uma abordagem que visa estimular os cinco sentidos humanos – visão, audição, olfato, paladar e tato – para criar uma conexão emocional entre a marca e o consumidor durante toda a jornada.
Nesse contexto, em um cenário altamente competitivo no varejo, a diferenciação por meio do marketing sensorial é essencial para a conquista, retenção e engajamento dos consumidores. Algumas ações podem ser extremamente eficazes. Veja a seguir:
Iluminação adequada
A iluminação desempenha um papel fundamental na criação de atmosfera de compra, já que afeta como os clientes percebem os itens e influencia suas decisões de compra. A luz branca e neutra, por exemplo, é adequada para a maioria dos tipos de produtos, como roupas e eletrônicos. Já a luz quente cria um ambiente acolhedor e é ótima para alimentos frescos. A luz direcional como os trilhos de iluminação ou spots são ideias para destacar produtos específicos ou áreas de interesse.
A capacidade de ajustar a intensidade da luz também é valiosa, uma vez que é possível regular a iluminação com base na época/estações do ano, hora do dia ou necessidades específicas de alguns produtos. Sempre que possível, é recomendado aproveitar a luz natural, pois, além de estar relacionada com iniciativas sustentáveis, ela é capaz de tornar um espaço mais convidativo e agradável.
Música ambiente
A escolha da música é crucial, pois pode afetar o humor dos clientes, influenciando seu comportamento de compra. Músicas muito rápidas e animadas, por exemplo, podem aumentar o estímulo para compras impulsivas. Já uma música agradável pode fazer com que os clientes permaneçam mais tempo nas lojas, o que aumenta a oportunidade de vendas.
É possível que o varejista use diferentes tipos de música ao longo do dia para combinar diversos estímulos, de acordo com os momentos de compra: pela manhã, músicas calmas e suaves; no almoço, músicas com ritmos mais acelerados (pessoas estão com pressa); à tarde, músicas atuais (compra do mês); hora do rush (17h às 19h), um ritmo mais acelerado, pois evita filas nos caixas; à noite, um ritmo suave para acalmar o dia de trabalho.
Aromas atraentes
Depois da visão, o olfato é o sentido que mais provoca emoções. Um perfume ou um cheiro dá personalidade ao ambiente, provoca lembranças, desejos e sentimentos como fome, desagrado e até felicidade.
A escolha de aromas específicos pode criar uma experiência memorável, influenciar na decisão de compra (aromas agradáveis estimulam compras e aumentam o tempo que os clientes passam na loja) e reforçar a identidade de uma marca.
Experiências de degustação
Oferecer amostras ou degustações de produtos é uma tática poderosa, já que os clientes são mais propensos em comprar produtos que já experimentaram. Outro ponto importante é que os nossos olhos decidem por comprar, mas o sabor vai decidir se voltamos a comprar ou não.
Visual atraente
A visão é o sentido mais desenvolvido dos humanos. Os olhos captam as cores e a luz que envolvem os impulsos à nossa mente, que separa o que chama ou não atenção em um ponto de venda. Como visto anteriormente, a iluminação é capaz de mudar o humor e comportamento dos consumidores. Já as cores despertam sensações e definem comportamentos, ou seja, elas são capazes de determinar a permanência ou a fuga de um cliente.
Além disso, gôndolas e exposições de produtos organizadas por critérios, com fácil acesso, densidade proporcional, contraste de tamanhos e cores e com ponto de partida facilitam a jornada de compra.
Tato e textura
Qual é o toque da sua loja? O tipo de tapete, a textura dos corrimões, das escadas, dos carrinhos ou das cestinhas. Tudo isso pode aproximar, envolver e abreviar a intenção de comprar. É através também do toque dos produtos vendidos que os clientes podem avaliar qualidade e durabilidade dos mesmos.
Fernanda Dalben é diretora de marketing da rede de Supermercados Dalben.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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