Gerenciar e liderar são atividades que exigem habilidades sociais diferentes, mas que, quando combinadas, se tornam um poderoso meio de motivar os membros de um time e alavancar os negócios. Competências como autoconfiança, inovação, empatia e rápida resolução de problemas são apenas algumas das características conhecidas que formam um grande líder.
Por outro lado, fraca gestão e baixa dedicação de um dirigente aos seus colaboradores podem acarretar diversas situações negativas para uma organização, desde funcionários desmotivados até rescisões constantes. De acordo com os dados levantados pela GoodHire, 82% dos entrevistados consideraram pedir demissão por causa de um chefe ruim.
Para evitar este cenário e promover equipes de sucesso e bem-estar coletivo, grandes líderes de diferentes áreas relatam diversos aspectos importantes para manter um bom relacionamento com a equipe.
Valorização, escuta ativa e confiança são combustíveis do sucesso
A Adyen traz em sua cultura o conceito ‘Own Your Career’ (Domine sua Carreira, em tradução livre), que estimula os colaboradores a assumirem o protagonismo da sua jornada de aprendizado e crescimento. “Um verdadeiro líder desperta a vontade de chegar mais longe, com suporte e de forma saudável, apoiando o alcance de objetivos maiores”, comenta Silvia Zwi, VP de RH da Adyen.
Na fintech Rispar, é o líder quem direciona as ações e processos de melhoria, garantindo um ambiente de trabalho saudável e de alta performance, aproveitando ferramentas como avaliação de performance, feedback individual, mentoria, entre outras.
“O líder deve participar de todas as etapas da jornada do colaborador, desde a definição das atividades do cargo, até o crescimento do liderado. Para que isso aconteça de maneira efetiva, é papel da liderança investir no desenvolvimento de soft skills, como a capacidade de delegar tarefas, compartilhar conhecimentos, comunicação eficiente e transparente e tomada de decisões”, pontua Antonio Raniel, Gerente de RH e Ops da Rispar.
Já para Cauê Mançanares, CEO da Investo, aspectos como organização, autonomia e colaboração entre as pessoas e bom ambiente de trabalho são alguns dos fatores mais importantes para que se consiga executar uma boa liderança dentro de uma empresa.
“Sempre tive a premissa de que não adianta olharmos e nos preocuparmos apenas com nossos objetivos e públicos externos se o interno não estiver bem estruturado. Por isso, todos os dias, a função mais importante do meu trabalho é garantir que a equipe tenha autonomia para ser empreendedora em suas atividades, e que essa atitude de fazer acontecer seja executada com colaboração e alinhamento estratégico com os outros times”, explica o executivo.
Segundo Beto Dantas, COO do Pravaler, comunicação clara e objetiva, com metas bem definidas, é essencial para que o colaborador entenda seu impacto na organização. “É preciso criar uma rotina para o plano de desenvolvimento individual e dar o devido reconhecimento. O essencial para formar uma equipe de sucesso é sempre se colocar à disposição para ouvir o colaborador. Ter uma comunicação clara faz com que o trabalho seja desenvolvido de forma assertiva”, analisa o COO, enfatizando o poder de uma comunicação efetiva.
Investimento em seleção de talentos e saúde mental
Márcio Parizotto, sócio e diretor executivo da Liber, destaca que o investimento em equipe é essencial. “Capital humano é o ativo mais valioso para qualquer negócio, em qualquer segmento. Acreditamos que somente com a atração e retenção de pessoas talentosas, empreendedoras e devidamente engajadas pela causa maior, a companhia pode prosperar”, afirma.
Roberto Cury, CMO da Gama Academy, acrescenta. “O grande ponto é ter um dream team na cultura da empresa. Se você contrata certo, alinha as expectativas, é transparente e mantém o time focado, a pessoa certa na cadeira certa faz acontecer. Traz contexto, provoca e inova trazendo resultados, que no final do dia, é o que todos queremos”.
Além disso, Marcelo Bissuh, CTO do TC, reforça que é preciso sempre buscar identificação do time. “Sem essa relação, só sobram características negativas, que é o autoritarismo, o medo. É por meio da identificação que substituímos sentimentos negativos por admiração, motivação e engajamento”, reflete.
Diversidade e uma boa cultura organizacional
Dhaval Chadha, empreendedor indiano CEO da Justos, concorda que a diversidade no ambiente corporativo traz múltiplos resultados. “Acredito que as startups, de uma forma geral, são mais flexíveis que empresas tradicionais com relação a esse mix por terem menos vieses, serem menos burocráticas e menos enraizadas também. São ambientes muito mais diversos, pouco importa como você se veste, de onde você vem, qual sua etnia, entre outros fatores. E se a startup já nasce com uma diversidade cultural, isso se torna uma tendência muito mais assertiva”, declara.
Compartilha dessa posição o diretor de operações da Fênix DTVM, Pedro Eugênio Gomes Procópio da Silva: “apostamos na motivação dos nossos colaboradores, entendendo as diferenças de cada um e deixando espaço sempre aberto para o diálogo, o que contribui positivamente para o sucesso da empresa”.
Felippe Astrachan, Country Manager da AVLA, aposta na cultura da autonomia e liberdade. “Independentemente do cargo, da posição profissional, deixo meus colaboradores à vontade para serem criativos, orientar o que for melhor para a empresa, pois isso gera um sentimento de ‘dono’ em cada um deles – que é o que procuro instigar”, comenta o executivo.
Já Callebe Mendes, CEO da Zapay, relata que para ser um bom líder é fundamental que você seja o exemplo do que você quer ver nos seus colaboradores. “Não faz sentido nenhum você pedir para os seus colaboradores trabalharem se você não trabalha, não faz sentido pedir honestidade se você não é honesto, então lidere pelo exemplo”, afirma.
Imagem: Shutterstock