Prejuízo líquido da Marisa cresce 92,45% e atinge R$ 196,4 milhões no 3º trimestre

A empresa destaca que o resultado foi impactado por queda de receitas na venda de mercadorias com estoque reduzido

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A Marisa encerrou o terceiro trimestre de 2023 com prejuízo líquido de R$ 196,4 milhões, resultado 92,45% pior que o registrado em igual intervalo do ano passado. Já o prejuízo líquido ajustado recorrente foi de R$ 171,6 milhões, montante 69,9% maior que o prejuízo de igual etapa de 2022.

Em seu release de resultados, a empresa destaca que o resultado foi impactado, principalmente, pela redução de receitas com vendas de mercadorias devido ao menor nível de estoques.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) pró-forma ajustado da operação de varejo ficou negativo em R$ 93,4 milhões entre julho e setembro, uma piora de 212,4% ante o reportado um ano antes.

A receita líquida do varejo caiu 48,6% no terceiro trimestre na comparação anual e totalizou R$ 258,798 milhões. Já a receita líquida consolidada foi de 316,449 milhões no período, o que representa um recuo de 50,1% ante igual etapa do ano passado.

Segundo a Marisa Lojas, a receita foi impactada pelo fechamento de 89 lojas ao longo de 2023 e 10 lojas em dezembro de 2022, além do nível de estoque inferior ao mesmo período do ano passado, impactado pelo desafio de reabastecimento refletindo diretamente no nível de vendas mesmas lojas no terceiro trimestre de 2023.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 52,8 milhões no terceiro trimestre, valor 20,6% menor que o resultado negativo apurado um ano antes.

A empresa encerrou setembro com uma dívida líquida de R$ 448,5 milhões, montante 18% maior que o registrado ao final do segundo trimestre de 2023.

O grupo Marisa fechou setembro com fluxo de caixa negativo de R$ 130 milhões, predominantemente devido ao impacto redução de vendas no resultado operacional (Ebitda).

Reestruturação

“Em linha com a necessidade de privilegiar caixa e manter a Marisa em rota de ajuste da sua operação, o resultado anormal das vendas não foi surpresa e sim consequência direta da recomposição mínima de estoque, privilegiando o sortimento e produtos básicos e menos arriscados em termos de carga modal e com melhor performance de giro”, afirma a empresa.

A empresa afirma ainda que com a recomposição do capital de giro e o reestabelecimento da oferta ao cliente, as atividades comerciais no quarto trimestre de 2023 já se normalizaram e as perspectivas para o ano de 2024 estão em linha com o guidance.

“Entramos no 4º trimestre de 2023 conforme esperado, com uma estrutura de capital mais adequada e com reforço de capital de giro, o que garante também normalização das atividades comerciais. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas temos certeza de que a Marisa já é uma empresa mais saudável, eficiente e com uma cultura cada vez mais voltada a resultados sustentáveis. Isso nos deixa confiantes que nossas projeções de 20241, já divulgadas ao mercado, serão materializadas”, destaca a administração da empresa em seu release de resultados.

Com informações de Estadão Conteúdo (Beth Moreira)

Imagem: Shutterstock

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