A integração da Inteligência Artificial (IA) no franchising está abrindo novos horizontes e tem potencial para transformar o setor de uma forma como nunca se viu antes. Com a sua capacidade de otimizar processos, analisar grandes volumes de dados e melhorar a experiência do cliente, a IA está se tornando uma ferramenta indispensável para franqueadores e franqueados que desejam deixar seus negócios mais inteligentes.
Em um mundo cada vez mais digital, quem já começou a adotar a IA chega na frente. Com uma grande vantagem competitiva e se posicionando à frente da concorrência. Automação de operações, comunicação eficaz, gestão eficiente de estoques e análise aprofundada de feedbacks dos clientes são apenas algumas das suas possibilidades. Essas melhorias não só aumentam a eficiência operacional, mas também ajudam na personalização de produtos e serviços, atendendo melhor às necessidades e expectativas dos clientes. Um exemplo que sempre gosto de mencionar é o caso do Boticário que em 2019 já estudava suas primeiras fragrâncias geradas por meio de inteligência artificial. Um olhar além do óbvio para as empresas na época.
Além disso, a IA está revolucionando o marketing dentro do franchising (e fora dele). Com análises preditivas e conteúdos personalizados, as marcas podem criar experiências mais significativas para os clientes, fortalecendo a lealdade e o engajamento. Este nível de personalização era um desafio a ser atingido antes da era da IA. Imagine criar suas embalagens por meio de um briefing muito bem definido obtendo uma resposta rápida, única e precisa? É isso que redes como a Nutty Bavarian já começam a testar usando plataformas amplamente disponíveis e de baixo investimento, como o Midjourney.
A seleção e o treinamento de franqueados também estão sendo aprimorados com o uso de tecnologias baseadas em IA. A triagem automatizada de candidatos e programas de treinamento adaptados asseguram que os franqueados sejam qualificados e estejam bem amparados em conhecimento sobre o negócio e, com isso, preparados para representar a marca e alcançar seus objetivos.
Além desses benefícios, a Inteligência Artificial também oferece oportunidades únicas para melhorar a experiência do cliente no franchising. Com o uso de chatbots e assistentes virtuais, as franquias podem proporcionar um atendimento ao cliente mais rápido e eficiente, disponível 24 horas por dia. Essas ferramentas de IA podem lidar com consultas frequentes, liberando os funcionários para se concentrarem em tarefas mais complexas e no atendimento personalizado. Além disso, a análise de dados conduzida por IA pode ajudar as franquias a entenderem melhor as preferências e comportamentos dos clientes, permitindo que ofereçam promoções e produtos mais alinhados com os desejos dos consumidores.
O padrão de atendimento também é beneficiado. O tom de voz da marca e sua forma de se posicionar no mercado deixam de ser apenas algo escrito nos manuais de franquia e expostos em treinamentos, mas também de fato replicados por ferramentas que não sofrem os vieses e interferências de repertórios ou características pessoais. E já que falamos em manuais das franquias, o acesso à informação pode ser otimizado com a inteligência artificial. O franqueado pode solucionar dúvidas apenas perguntando às plataformas de I.A que foram previamente treinadas com os processos e padrões da marca.
No entanto, a implementação da IA no franchising traz seus próprios desafios, como a precisão dos dados, questões éticas e a necessidade de integração com sistemas existentes. Estes desafios precisam ser abordados cuidadosamente para garantir que os benefícios da IA sejam totalmente realizados.
Empresas entusiasmadas com a IA estão adotando rapidamente a tecnologia, já sentindo os resultados práticos dessa implementação. Assim ganham em competitividade e diferenciação, aprendendo e realizando tarefas de maneira mais rápida e eficiente. Esse grupo vê a IA como uma alavanca para inovação e crescimento.
Por outro lado, há empresas céticas quanto à IA adotando a tecnologia de forma mais lenta. Essas empresas correm o risco de se tornarem obsoletas, assistindo a concorrência avançar em eficiência e inovação. Elas dependem mais do esforço individual, que está sujeito a erros, e podem não ver os benefícios imediatos que a IA oferece.
E você? De que lado está?
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock