CEO da BOX 1824 fala sobre comportamento e consumo da Geração Z durante Retail Executive Summit

“Os jovens são antenas para captar o espírito do tempo”. Foi com essa frase que Rony Rodrigues fundador e CEO da BOX 1824 iniciou sua palestra sobre “As mudanças de comportamento e consumo da geração Z e o impacto no mundo dos negócios”, na manhã de hoje (16), durante o Retail Executive Summit, mais relevante evento brasileiro de varejo e consumo realizado nos Estados Unidos, realizado pelo Grupo GS& Gouvêa de Souza, no Mandarim Oriental Hotel, em Nova York.

Segundo o publicitário, os jovens já fazem parte de outra geração. Passado o tempo dos Millennials, os nascidos a partir de 1995, já com internet ao fácil alcance, têm novas aspirações e vivem outra realidade. Eles já nasceram conectados e nunca viram o mundo sem a tecnologia. “As novas gerações têm uma capacidade de inspirar pessoas mais velhas ao mesmo tempo que são muito aspiracionais para os mais jovens, por isso é importante de tempos em tempos que a gente entenda quem são essas novas gerações”, explica Rony Rodrigues.

GERAÇÃO Z

Eles não conhecem o mundo sem internet, não separam o online do off-line, vivem realidades múltiplas e simultâneas, têm um cérebro que faz milhões de conexões diferentes e são hipercognitivos. Essa geração passou por três grandes revoluções desde o seu nascimento, e isso ajuda a entender porque esta geração é como é. “Não estamos dizendo que a Geração Z seja mais inteligente, mas é fato que ela recebeu muito mais estímulos que as anteriores”, disse Rony Rodrigues.

Por essas e outras diferenças, a Geração Z apresenta quatro comportamentos principais que a distingue de seus antecessores e tem o potencial de influenciar grandes mudanças na sociedade como um todo.

O primeiro deles é o “undefined id”. Neste comportamento reverbera a ideia de que a definição limita. O importante é quebrar estereótipos jamais se rotular. Os jovens do agora estão sempre buscando novos conceitos. Vivem uma constante experimentação sexual, de identidade e expressão de gênero, quebrando uma série de preconceitos construídos e perpetuados por seus antepassados.

O segundo deles, o “comuna holic”, está constantemente buscando uma identidade autentica e uma forma de expressão genuína. Isso faz com que as diferenças sejam muitas, e todas elas são aceitas. O jovem do agora é radicalmente inclusivo. Se no passado as pessoas tendiam a se relacionar com iguais em diferentes dimensões, a Geração Z tem como marca registrada relacionar-se com pessoas diversas.

Os “dialoguers” são o terceiro grupo. Em um cenário em que as diferenças são aparentes e os pontos de conexão são mais fáceis, é necessário saber conversar. A Geração Z tem a habilidade do diálogo e acredita nessa ferramenta para transformar o mundo. Eles são mais tolerantes ao diferente – inclusive o diferente que represente uma ideia oposta à sua.

Por último, o “realistic”. Como falado, a Geração Z tem a possibilidade de controlar cada um dos seus passos através da tecnologia. Além disso, viram de perto a crise econômica acontecendo no Brasil e, por isso, são muito mais realistas e pragmáticos. Preocupados e responsáveis, muitas vezes a Geração Z sacrifica seus sonhos de carreira em detrimento de uma segurança maior. Para eles, dinheiro é importante e carteira assinada é sinônimo de estabilidade.

O CEO da BOX 1284 explicou ainda que a relação da Geração Z com o consumo se baseia nas três premissas a seguir:

Ética: 87% da Geração Z deixaram de comprar produtos de empresas envolvida em escândalos; 82% afirmam lembrar de pelo menos um escândalo ou caso polêmico envolvendo empresas; e 50% deixam de comprar de uma empresa que não considera ética.

Acesso: 73% da Geração Z pensa duas vezes antes de comprar algo; 63% afirmam comprar apenas aquilo que precisa; 51% alugariam ou venderiam roupas em sites de produtos usados; e 46% usariam seu carro para trabalhar em serviços como Uber, por exemplo.

Singularidade: 63% da Geração Z defende toda causa ligada à identidade das pessoas (gênero, etnia e orientação sexual, por exemplo); 50% já estão dispostos a pagar mais por um produto personalizado; e 47% acham legais as marcas que não classificam seus produtos como masculino ou feminino.

“Os jovens do agora acessam suas verdades antes de expressá-las e cobram do mundo a mesma coisa. Não importa qual seja sua forma de expressão, ela precisa ser genuína”, finalizou o executivo.

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