Três pioneiros em sustentabilidade levaram os participantes do NRF Retail’s Big Show, em uma jornada por alguns impressionantes modelos de negócios da cadeia de suprimentos.
“Esta sessão é provavelmente a que mais me empolga. Em todas as conversas, surge a palavra sustentabilidade”, disse o fundador da empresa de mídia PSFK, Piers Fawkes. “Ouvimos nos palcos, nos corredores, no chão. Mas acho que muitos de nós realmente não sabem como colocá-la em prática, como realmente usá-la. O que fazemos com todos esses produtos? Como devolvemos esses produtos? O que acontece depois?”
O CEO da TerraCycle, Tom Szaky, tem as respostas. A nova iniciativa Loop da TerraCycle é uma plataforma de compras circular que permite que os consumidores comprem online bens domésticos em embalagens duráveis e reutilizáveis que podem ser posteriormente recolhidas, recarregadas e entregues novamente.
A Loop permitiu que as principais marcas de CPG (Produtos de Consumo Empacotados, em tradução livre), incluindo Tide, Häagen-Dazs e Clorox, eliminassem as embalagens de uso único, substituindo-as por materiais recicláveis e reutilizáveis, como aço inoxidável e plástico reutilizável. Além disso, lojas como Carrefour na França, Kroger e Walgreens nos Estados Unidos estão estocando itens empacotados pela Loop.
“Tudo pode ser reciclado, é apenas uma questão de saber se é lucrativo fazê-lo”, disse Szaky. “Um item infinitamente durável é infinitamente lucrativo.”
A satisfação dos desejos dos consumidores preocupados com o meio ambiente também apresentou novas e interessantes oportunidades de negócios para marcas como a Patagonia. “Historicamente, essas cadeias de suprimentos circulares e modelos de negócios costumavam ser uma vantagem competitiva para marcas como a Patagonia, mas, no futuro, acredito firmemente que serão um meio para as empresas, marcas e varejistas sobreviverem”, disse Phil Graves, head de Desenvolvimento Corporativo da Patagonia.
Reparar, revender, fazer upcycling e reciclar faz parte do modelo de negócios da varejista ao ar livre desde os anos 1970, a Patagônia possui 70 centros de reparo globais que consertam mais de 100.000 itens por ano.
Em 2017, a Patagonia entrou no comércio eletrônico e lançou a unidade de negócios de revenda Worn Wear. Os clientes podem levar itens da Patagonia para uma loja ou enviá-los por correio e receber um cartão-presente para o item. O produto é então entregue à startup de logística e tecnologia Yerdle, onde é inspecionado, limpo, fotografado, armazenado em estoque e lançado para venda online. “Desde 2017, mantivemos mais de 130.000 itens usados sendo aproveitados e demos a eles uma segunda vida”, disse Graves. “Como marca, gostamos de controlar toda a experiência do cliente e garantir que ela seja de primeira qualidade”.
Esse controle de marca é um componente importante no re-comércio, observou Andy Ruben, CEO da Yerdle. “Como os mercados de terceiros compram esses produtos de volta para todos nós, estamos em um momento em que não há mais controle da marca sobre como os produtos estão aparecendo no mundo”, disse Ruben. “É por isso que estou cada vez mais convencido de que as marcas e os varejistas devem possuir o seu re-comércio. Eles devem ter o controle de sua experiência”.
O re-comércio de marca certamente está funcionando para a Patagonia: a unidade de negócios Worn Wear teve um crescimento de 40% em receita e rentabilidade desde o seu lançamento, disse Graves, e atraiu clientes que são, em média, 10 anos mais jovens que o cliente típico da marca. Para aproveitar esse momento, a Patagonia lançou sua primeira loja pop-up Worn Wear em Boulder, Colorado, em novembro e criou uma nova linha de produtos feitos com roupas que estavam além do reparo, a Coleção ReCrafted. “Comprar usados está na moda”, concluiu Graves.
Com informações da NRF
*Imagem divulgação NRF