Vem crescendo no varejo o número de empresas que já nascem com as causas de diversidade e equidade como parte do seu propósito e DNA. Elas são fáceis de identificar, pois tal posicionamento está desde o desenvolvimento de seus produtos e serviços, até a entrega, comunicação, posicionamento e relacionamento com o cliente.
Seus processos de governança são claros e abertos. Elas divulgam seus dados com orgulho, o que atrai também a atenção de investidores.
Mas se a sua empresa não nasceu com esse propósito inicial, não significa que você não pode ou deve promover ações que refaçam os trilhos que foram definidos lá atrás. Afinal, o mundo, o mercado e o seu cliente mudaram. E a sua empresa talvez precise mudar também.
Qual o benefício ao promover maior diversidade dentro das empresas de varejo e consumo?
Diversidade é uma das principais pautas de âmbito social que compõem as agendas das empresas que adotam as políticas de ESG (que trata de questões ambientais e sociais sob os princípios da governança). O movimento cresce de forma exponencial, independente do tamanho da empresa.
Faz parte de promover a diversidade e equidade, formar times culturalmente diversos, com as mesmas condições de trabalho e a mesma tratativa profissional, permeando todos os níveis hierárquicos da empresa, seja ele em nível operacional, tático ou estratégico.
Como as empresas que atuam sob a pauta ESG enfrentam menos problemas jurídicos, seja por questões ambientais ou trabalhistas, além de estarem menos suscetíveis a fraudes, elas vêm atraindo mais atenção de investidores. Estudo realizado pela EY aponta que 99% dos investidores tomam decisões de investimento de acordo com as ações ESG que são divulgadas pelas empresas.
Ações como essas deixam a empresa mais atrativa e impactam diretamente na decisão de compra do consumidor. O consumo das famílias é a principal referência do volume que o varejo como um todo movimenta no País. Isso representa um impacto de cerca de 50% no PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos anualmente). Sendo assim, o mercado de varejo e consumo no Brasil oferece excelentes oportunidades.
O que fazer para se engajar mais com diversidade e equidade no mercado de varejo e consumo?
Um movimento que muitos estão adotando para se aproximar, conhecer e contribuir mais ativamente com o tema é formar grupos com o objetivo de criar redes de apoio a empreendedoras. Ao contar com uma rede de apoio, elas aumentam as chances de conseguir fazer com que os negócios prosperem.
Essa é uma excelente forma de apoiar essa causa e conhecê-la um pouco melhor, implementando-a com mais propriedade no seu negócio.
Matéria publicada na Forbes alerta que a inclusão de mais empreendedoras pode aumentar o PIB global em US$ 5 trilhões. A publicação traz dados de uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group (BCG) em 100 países e mostra que empresas fundadas por mulheres têm menos chances de se manterem ativas por falta de capital humano, social e financeiro. Ou seja, elas encontram dificuldades em contar com as redes de apoio já existentes, que abraçam com maior receptividade empreendedores do sexo masculino.
Boas redes de apoio contam com 3 princípios básicos:
- recursos e orientações para alcance dos objetivos;
- empreendedores que, juntos, tragam diversidade cultural;
- treinamento formal e interações informais entre as pessoas.
O que você está fazendo hoje para garantir a relevância e saúde financeira da sua empresa em um futuro próximo?
Roberta Andrade é gerente de Soluções da Friedman.
Imagem: Shuttersrtock