St Marche se prepara para oficializar o pedido de recuperação extrajudicial

Varejista acumula dívidas que somam R$ 639 milhões

St Marche se prepara para oficializar o pedido de recuperação extrajudicial

A rede de supermercados St Marche está prestes a formalizar o pedido de recuperação extrajudicial. Com dívidas que somam R$ 639 milhões, a companhia já conta com a adesão de 50% dos credores necessários para homologar o plano de reestruturação financeira — percentual superior ao mínimo de 35% exigido por lei para dar entrada ao processo.

A informação foi publicada pelo Estadão/Broadcast e diz que fontes próximas às negociações afirmam que a empresa pretende usar a recuperação extrajudicial como estratégia para vender total ou parcialmente a rede. O fundo americano L Catterton, que detém 70% de participação na companhia, busca uma forma de se desfazer do negócio.

Nesta semana, chegou ao fim o prazo de 60 dias de suspensão judicial concedido ao St Marche para tentar negociar seus débitos com os credores — o chamado “stay period”. A solicitação foi feita em 17 de fevereiro, diante da tentativa de um credor de antecipar a cobrança de R$ 276 milhões. Antes disso, a companhia já havia recorrido à Câmara Especial de Resolução de Conflitos Empresariais para buscar uma solução por meio de mediação.

O fundo L Catterton adquiriu participação no grupo em 2016. Em 2021, a rede chegou a ensaiar uma oferta pública inicial de ações (IPO), que não avançou por conta das condições desfavoráveis do mercado. Sem sucesso na abertura de capital, a empresa optou por buscar recursos junto a instituições financeiras e no mercado de capitais.

O principal credor da rede é o fundo Alternative Assets I, do BTG Pactual, com um total de R$ 276 milhões em debêntures garantidas por ações das holdings STM e Hortus. Nas últimas semanas, as negociações com o fundo evoluíram, apesar de uma resistência inicial em avançar nas tratativas, conforme consta nos autos do processo.

A lista de credores inclui ainda dois Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos pela Ecoagro, que somam R$ 225 milhões. A operação envolveu a emissão de debêntures pela rede, que foram transferidas à Ecoagro e, posteriormente, securitizadas. Estima-se que cerca de 3 mil investidores pessoas físicas tenham aplicado nesses papéis.

Para conduzir o processo de reestruturação, o St Marche contratou o escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados e a consultoria financeira FTI.

Com informações de Estadão/Broadcast.
Imagem: Divulgação

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