Aumento do endividamento é pontual e foi feito para pagar fornecedores, diz diretora da Marisa

A dívida líquida saltou de R$ 69,5 milhões em dezembro do ano passado para R$ 310,5 milhões em março último

Aumento do endividamento é pontual e foi feito para pagar fornecedores, diz diretora da Marisa

A diretora financeira e de relações com investidores da Marisa Lojas, Roberta Leal, disse que o aumento do endividamento da companhia no primeiro trimestre de 2024 se deu devido à emissão de notas comerciais usadas para pagar fornecedores estratégicos. Ela enxerga que a expansão da dívida é pontual.

Segundo os números divulgados nesta segunda-feira, 15, a dívida líquida saltou de R$ 69,5 milhões em dezembro do ano passado para R$ 310,5 milhões em março último, fato explicado em parte pelo aumento da dívida bruta, em decorrência de três emissões de notas comerciais que somaram R$ 240 milhões.

Roberta afirmou ainda que o trimestre foi marcado pela falta de estoques, o que prejudica a venda da varejista de moda. O CEO da companhia, Edson Garcia, que assumiu o cargo em março, disse que a Marisa agora está em processo de normalização de desses estoques. “No primeiro trimestre de 2024 tivemos 30% a menos de estoques”, afirmou.

Ele pontuou ainda que a diretoria está focada em rever todos os contratos para baixar custos de operação.

Crise na rede varejista

Há pouco mais de um ano, os credores da varejista Marisa entraram na Justiça pedindo a falência da empresa devido a dívidas de R$ 882.797.84. A MGM Comércio de Acessórios de Moda diz ter a receber R$ 363.562,44. Já a Plasútil Indústria e Comércios de Plásticos afirma que a varejista de moda deve a ela R$ 173.501,42. A Oneflip Indústria e Calçados fala em uma dívida de R$ 345.733,98.

Os pedidos foram feitos para pressionar a varejista a quitar os débitos, mas a renegociação da dívida de cerca de R$ 600 milhões com os bancos está em estágio avançado.

Em novembro de 2023, a Marisa registrou o pior dos seus resultados para um 3º trimestre, com prejuízo líquido de R$ 196,4 milhões, valor 92,45% maior que no mesmo intervalo de 2022.

Mesmo imersa em um cenário desafiador, a varejista projetou receita bruta de R$ 2,3 bilhões a R$ 2,5 bilhões para 2024. A margem bruta esperada é de 50% a 52% sobre a receita líquida.

Com informações de Estadão Conteúdo (Talita Nascimento)
Imagem: Shutterstock

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