A Geração Z é a mais afetada pelos golpes online. Os nascidos entre 1997 e 2012 sofrem 17% mais golpes online em comparação aos baby boomers, a geração de pessoas nascidas entre 1946 e 1964. A pesquisa foi realizada pela empresa Akamai, especializada em computação em nuvem e cibersegurança.
O estudo foi conduzido com mais de 900 pessoas, que responderam a perguntas sobre comportamento de compras online no Brasil. Do total de entrevistados entre 18 e 24 anos, 44,7% afirmaram nunca ter sofrido um golpe na internet. Já na faixa entre 24 e 29 anos, os que disseram nunca ter sido vítimas desse tipo de crime representam 45,3%. No grupo dos baby boomers, esse percentual foi de 52,3%.
“Por serem nativos digitais e estarem conectados à internet por mais tempo, os integrantes da Geração Z são mais acometidos por tentativas de estelionato digital”, afirma o especialista em cibersegurança e co-CEO da ISH Tecnologia, Allan Costa.
Costa destaca que esse fenômeno não acontece apenas no Brasil, sendo observado também nos Estados Unidos e em países da Europa. “O comportamento é o mesmo. É algo geracional”, acrescenta.
Pagamentos online
Com maior adesao em adoção de tecnologias, o estudo da Akamai mostra que, 75,5% das pessoas entre 18 e 24 anos afirmaram usar Pix para realizar compras online. O menor patamar é daqueles acima de 60 anos, chegando a quase 48%.
“Como os mais jovens estão mais acostumados ao uso da tecnologia, fazem muitas coisas no piloto automático”, afirmou Costa. “Essa falta de atenção gera maior propensão a cair em golpes ou clicar em links maliciosos”.
O Pix é um dos maiores alvos das tentativas de golpes. Segundo a empresa de pagamentos em tempo real ACI Worldwide, em 2023, criminosos desviaram R$ 1,5 bilhão em golpes do Pix. O novo meio de pagamento também foi apontado como um dos fatores para o aumento no número de golpes em 2023, que cresceu 8,2% ante a 2022, segundo o Anuário da Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Categorias de golpe
Entre as categorias de golpe, o mais comum em qualquer faixa etária foi a compra de produtos que nunca foram entregues, atingindo um em cada quatro respondentes (25%).
Em segundo lugar ficou a clonagem de cartão de crédito após compra em sites, que afetou 14% dos entrevistados pela pesquisa. Nesse golpe em particular, os baby boomers têm o dobro de chance de serem vítimas em comparação aos mais jovens, de acordo com a pesquisa da Akamai.
Para os especialistas em cibersegurança, esse problema de insegurança digital é geral e acomete a população devido a uma falta de maturidade do país no tema. “No âmbito geral há pouca conscientização sobre esses golpes”, afirma Costa. “As pessoas sempre acham que não vai acontecer com elas.”
Com informações de DC News.
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