O movimento do comércio se manteve praticamente estável em setembro, de acordo com o levantamento da Boa Vista. O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, cresceu 0,2% em setembro, quando comparado a agosto, desconsiderando os efeitos sazonais.
Este baixo crescimento acontece depois do aumento de 1,9% em agosto. Quando a comparação é feita em relação a setembro de 2018, a evolução de 2,9%. No acumulado em 12 meses, o indicador registrou aceleração de 1,5%.
Entre os fatores que levaram a este desempenho estão o crescimento gradual da concessão de crédito ao consumidor, à inflação reduzida e à liberação de recursos do FGTS, que aumentaram os valores disponíveis para o consumo.
Por outro lado, o desemprego ainda se mantém alto, com pequena queda causada pelo aumento da informalidade e dos trabalhadores autônomos. Assim, a evolução da renda ainda permanece baixa, fazendo com que ela continue comprometida e ampliando o endividamento. Com estes fatores, há um risco de aumento da inadimplência.
A curto prazo, o cenário para a inadimplência não chega a preocupar, o que favorece o mercado de crédito e, consequentemente, o movimento do comércio até o final do ano.
Na análise por segmento, o que apresentou maior alta foi o de “Móveis e Eletrodomésticos”, de 0,9%, descontados os efeitos sazonais. Nos dados sem ajuste sazonal, o acumulado em 12 meses cresceu 0,6%.
O segmento de “Supermercados, Alimentos e Bebidas” caiu 0,1% em setembro, tendo crescido 1,4% na variação acumulada em 12 meses, na série sem ajuste.
O setor de “Tecidos, Vestuários e Calçados” cresceu 0,6% no mês, desconsiderando os efeitos sazonais. Nos dados acumulados em 12 meses houve alta de 4,1%.
Por fim, o segmento de “Combustíveis e Lubrificantes” apresentou crescimento de 0,2% em setembro, considerando dados dessazonalizados, e também na série sem ajuste com a variação acumulada em 12 meses.
Os dados indicam a consolidação de uma pequena aceleração do movimento do comércio, impulsionada, principalmente, pelo crescimento do crédito e pelos saques dos recursos do FGTS.
Porém, os efeitos dos recursos do FGTS rapidamente se dissiparão, como ocorreu em 2017, sem uma melhora substancial da dinâmica do mercado de trabalho e do comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas.
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