O carnaval de 2023 marca o retorno total das festividades de rua. De acordo com o Ministério do Turismo, cerca de 46 milhões de pessoas devem participar de bloquinhos e desfiles espalhados pelas capitais brasileiras. Mas, com o retorno das festas, os foliões também precisam ficar atentos ao retorno dos golpes que podem ocorrer, principalmente envolvendo pagamentos com cartões.
Historicamente, muitos golpes utilizando maquininhas acontecem em grandes eventos e no dia a dia dos brasileiros. No início deste ano, uma investigação realizada pela empresa de segurança Kaspersky revelou a existência de uma nova fonte de preocupação: três novas variantes do vírus Prilex, que tem o poder de copiar dados bancários de cartões utilizados em maquininhas e efetuar pagamentos ‘fantasmas’.
Nessa nova variante dos golpes, a modalidade de compra por aproximação é bloqueada, forçando o consumidor a inserir o cartão na maquininha e, dessa forma, ocorre um processo de cópia dos dados, concretizando a fraude.
“Os criminosos, se passando por representantes de empresas de pagamento, ligam para os proprietários adquirentes das máquinas e afirmam a necessidade de uma “atualização” de sistema, assim infectando o aparelho com o vírus”, comenta Rogério Albuquerque, head de produtos e marketing na Card, empresas de meios de pagamento com mais de 90 mil pontos de vendas no Brasil.
Ainda de acordo com a investigação, os criminosos conseguem filtrar todas as informações necessárias em dados bancários, inseri-las em um banco de dados e ranquear as vítimas com os melhores cartões (que possuem limites altos), cartões corporativos e até mesmo os famosos ‘black cards’.
O vírus Prilex é apenas um novo item em uma lista de golpes que os brasileiros conhecem e sabem que estão sujeitos no dia a dia. Rogério Albuquerque menciona que alguns desses golpes são mais comuns em grandes festividades e devem estar na mente dos foliões durante o Carnaval, como:
– Clonagem dos cartões
– Compra duplicada
– Troca de cartão em um momento de distração do cliente
– Golpe da maquininha de visor quebrado
– Repetição de falhas no momento de passar o cartão na maquininha
Afinal, como se proteger?
Para não cair em nenhum desses golpes citados, assim como outros, todos que estiverem curtindo o carnaval precisam estar atentos às informações presentes na tela da maquininha durante todo o processo de transação de compra. “Analisar os descritivos e conversar com o vendedor no ato da compra pode facilitar a identificação da fraude. Atitudes suspeitas do vendedor, ou informações incoerentes no display do aparelho são fortes pontos de alerta para uma fraude”, explica Rogério.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também emitiu um material alertando para que os foliões “sempre verifiquem o valor digitado na maquininha e que peçam o comprovante impresso”, assim como para desconfiar se o vendedor comunicar que precisa passar o cartão novamente, pois a cobrança pode estar diferente visto apenas depois do bloquinho pelo aplicativo do banco.
Com essa grande variedade de golpes utilizando cartões de crédito e débito, uma dica inicial é que foliões priorizem pagamentos com o tradicional ‘dinheiro vivo’, ou em espécie, inclusive, a Card é uma das empresas que oferecem alternativas de formas de pagamento, por meio de seus parceiros.
Fazer os pagamentos em dinheiro é uma prática que ajuda a evitar golpes com cartões e, normalmente, o impacto de um eventual prejuízo acaba sendo menor do que possíveis transferências bancárias e o comprometimento total da conta do indivíduo.
Aos proprietários de estabelecimentos, comerciantes e vendedores que utilizam as maquininhas, também é necessário manter a atenção em relação aos falsos contatos de empresas adquirentes. “Numa ligação com algum “técnico”, peça informações profissionais e credenciais da empresa responsável; numa eventual visita, cheque a ordem de serviço a ser executada”, finaliza Rogério.
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