Gás de cozinha continua acima da paridade internacional mesmo com redução de preço

Segundo o OSP, a Petrobras tem cobrado mais caro do que a paridade de importação desde março de 2022

Gás de cozinha continua acima da paridade internacional mesmo com redução de preço

Levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP) mostra que apesar da redução de quase R$ 9 no preço às distribuidoras, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) fornecido pela Petrobras continua sendo vendido acima da paridade de importação. O botijão de 13 quilos de gás de cozinha nas refinarias da estatal está custando R$ 32,96, o equivalente a R$ 2,18 a mais que o PPI (Preço de Paridade de Importação), que vale R$ 30,78, segundo a última publicação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Até a terça-feira, 16, o preço do quilo do GLP vendido pela Petrobras estava em R$ 3,23, o que resultava em um preço para o botijão de 13 kg (gás de cozinha) a R$ 42,04, passando a custar R$ 2,54 o quilo, ou R$ 32,96 o botijão, após a redução anunciada na mesma terça, pela estatal, de R$ 0,69 por quilo no preço médio.

Segundo o OSP, a Petrobras tem cobrado mais caro do que a paridade de importação desde março de 2022. Mesmo ultrapassando os parâmetros do PPI, a estatal ainda pratica hoje o menor valor em comparação às refinarias privadas.

A Acelen, gestora da Refinaria de Mataripe, vende o gás de cozinha a R$ 46,87, ou seja, R$ 16,08 mais caro que o PPI, e a Refinaria da Amazônia (Ream) cobra R$ 37,76 pelo produto, uma diferença de R$ 6,98 em relação ao preço de paridade de importação.

Já o diesel e a gasolina atingiram a paridade com o mercado internacional, após quedas de mais de 12% para os dois combustíveis, também anunciadas pela estatal na terça-feira e que passaram a vigorar nesta quarta, 17.

Consumo em queda

O estudo do OSP – baseado em dados da ANP, Petrobras, Acelen e Ream – aponta ainda que nos três primeiros meses deste ano houve uma pequena queda no consumo de gás de cozinha, de 0,96%. A maior redução nas vendas de botijão foi registrada na região Sudeste, com menos 2,53%.

“Vivemos há alguns anos uma tragédia nacional. Em 2022 já tivemos o menor consumo de gás em uma década e no primeiro trimestre do ano continuamos vendo uma redução deste consumo. E como já sabemos, quem não usa gás de cozinha está utilizando lenha ou etanol, gerando maiores acidentes e poluição ambiental”, afirma o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

Com informações de Estadão Conteúdo.
Imagem: Shutterstock

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